Médico dá dicas de como evitar males típicos de verão
Hidratação, principalmente com água, é fundamental, diz médico
Cristiane Lopes
A estação mais aguardada para os apreciadores da dobradinha sol e praia atinge seu ápice entre o final de dezembro e janeiro. Turistas e moradores dividem o espaço na areia ao longo do dia e buscam aproveitar, ao máximo, os raios solares para conseguir um belo bronzeado. Alguns não dispensam aquela partida de frescobol, outros, o caiaque ou o stand up; tem também aqueles que querem apenas descansar. Nenhum desses personagens, porém, deve abrir mão de alguns cuidados sob o sol e em casa, para não correr o risco de por a perder o fim de semana ou as férias com algum mal estar ou acidente.
Segundo o médico Alcides de Oliveira Jr., o cuidado principal para quem curte as férias em uma das praias das quatro cidades do Litoral Norte é, primeiramente, se atentar às condições de balneabilidade. “Para começar, o banhista deve respeitar a sinalização da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) – se a bandeira estiver vermelha, a praia deve ser evitada, por conta da presença de coliformes fecais acima do nível seguro para a saúde”. O contato com a água contaminada pode provocar diversos tipos de mal-estar, tais como vômitos, diarréia e infecções na pele.
Outra recomendação básica do dr. Alcides é evitar a exposição ao sol nos horários com maior incidência de raios ultra-violetas, entre 11h e 16h. “O sol até às 11h da manhã, no horário de verão, faz bem para a pele, especialmente para crianças e idosos, pois ajuda o corpo a produzir a vitamina D, que auxilia na calcificação dos ossos. Fora deste horário, os raios ultra-violetas podem provocar câncer de pele, envelhecimento precoce e aparecimento de manchas diversas, entre outros males”. Usar protetor solar constantemente, e óculos escuros que, comprovadamente, filtrem os raios ultra-violetas, também são indicados.
Alimentação
A dieta alimentar no verão deve ser rica em frutas, hortaliças e comidas leves, sem a adição de muitos condimentos ou molhos. “Hidratação, principalmente com água, também é fundamental”. Em relação às típicas comidas de praia, dr. Alcides faz um alerta. “Peixes, camarão, lanches com maionese, queijos costumam estragar com mais facilidade e precisam ser evitados”. Verificar as condições sanitárias do estabelecimento e o manuseio dos alimentos também pode evitar contratempos, já que alimentos contaminados ou estragados podem provocar intoxicações e diarreias. “O ideal é ingerir frutas e saladas”, completa.
Outra dúvida dos banhistas é em relação ao tempo que se deve aguardar depois das refeições para praticar atividades físicas. O banhista deve fazer um intervalo de duas horas depois das refeições para então entrar na água ou realizar atividades físicas. “Durante a digestão dos alimentos, o sangue se concentra na região do estômago e fígado, o que pode provocar sonolência. Praticar atividades físicas, dentro ou fora da água, durante este período pode comprometer a circulação sanguínea e a pessoa vir a desmaiar. Na água, ela correrá um grande risco de se afogar e até perder a vida”, alerta.
Em relação à prática de atividades físicas, o dr. Alcides também ressalta alguns cuidados: “Quem não tem o costume de correr ou fazer atividades físicas com frequência devem ter mais cuidado. A caminhada, fora dos horários de sol mais forte, é uma boa opção, para quem não tem restrições médicas sérias. O ideal é sempre fazer uma avaliação médica antes de fazer qualquer atividade aeróbica que a pessoa não esteja acostumada”.
Em casa
Para amenizar o calor em casa, o médico aconselha o uso de ar condicionado, umidificadores e ventiladores, porém, com algumas recomendações: “No caso do ar condicionado, é essencial fazer com frequência a limpeza dos filtros; no do umidificador, não esquecer depois de colocar pelúcias, almofadas e colchões no sol – umidade em excesso provoca mofo e aumento da população de ácaros, que provocam doenças respiratórias. O ventilador também ajuda, no entanto, precisa ser limpo com frequência, se não ele se torna um ‘espalhador de poeira’. Colocá-lo próximo a janelas, varandas ou sacadas, proporciona a circulação de um ar mais fresco nos ambientes”. Para quem gosta de dormir com o aparelho ligado, o conselho é receber a ventilação de forma indireta – com ele virado para a parede, por exemplo.
Na geladeira, ressalta dr. Alcides, a temperatura deve ser reduzida, por conta do calor. “Assim como nos alimentos vendidos nas praias, as temperaturas também influenciam na qualidade do que consumimos em casa”.
Foto: Jorge Mesquita
fonte imprensa livre