Afogamento
O afogamento é o resultado da dificuldade ou da impossibilidade de respirar por afundamento em qualquer líquido. Pode levar à parada cardiorrespiratória e ao estado de choque.
Se as funções respiratórias não forem restabelecidas dentro de 3 a 4 minutos, as atividades cerebrais cessarão totalmente, causando a morte. Por essa razão é necessário realizar socorro rápido e imediato.
Como agir:
– Peça socorro a pessoas habilitadas (salva-vidas) e não tente fazer o salvamento a
menos que tenha sido treinado para isso
– Retire a vítima da água usando algum objeto que flutue, puxando-a para um local seguro
– Evite tentar o salvamento sozinho e sem recursos materiais (boia, corda,
embarcação etc.)
– Se a vítima estiver lúcida, coloque-a deitada e vire-a para a direita, com a
cabeça mais elevada em relação ao tronco. Acalme-a, mantenha-a aquecida e, se
ela ingeriu boa quantidade de líquido, transporte-a imediatamente ao hospital
– Se o afogamento originar parada cardiorrespiratória, realize a reanimação
cardiopulmonar (ver item “parada cardíaca”) ou solicite que alguém habilitado para
tal faça isso. A vítima deve ser conduzida o mais rápido possível ao hospital.
– Em caso de hipotermia (temperatura corporal abaixo de 35° C), aqueça-a e conduza-a ao hospital.
Como prevenir:
– Após ingerir alimentos espere no mínimo 1 hora para entrar na água
– Se ingerir bebida alcoólica, não entre na água
– Evite pular na água em locais desconhecidos, pois muitas pessoas se acidentam batendo com a cabeça em pedras, galhos e no fundo de rios
– Procure se banhar em locais onde haja salva-vidas, pois a quase totalidade dos
afogamentos acontece em locais desprotegidos
– Respeite a sinalização do local e a orientação dos salva-vidas
– Converse com o salva-vidas antes de entrar na água. Ele pode fornecer dicas
valiosas sobre correnteza, buracos e locais de maior risco para banho
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Insolação
É causada pela permanência, por longos períodos de tempo, sob sol forte. Pode ocasionar a perda da consciência, lesões generalizadas e até a morte.
A pessoa com insolação começa sentindo dor de cabeça, tontura e náusea. Na sequência o pulso acelera e a visão fica embaralhada. Depois a respiração vai ficando mais difícil e a pessoa geralmente desmaia.
Como agir:
– Leve a vítima para um local fresco, na sombra. Borrife água fria pelo corpo e aplique compressas na testa, no pescoço, nas axilas e nas virilhas
– Remova o máximo de peças de roupa dela
– Mantenha a cabeça elevada e ofereça água fria ou qualquer bebida não alcoólica
– Se houver parada respiratória, faça respiração boca a boca e massagem cardíaca, se necessário. Chame socorro imediatamente
Como prevenir:
– Evite se expor ao sol entre 10 e 16h
– Use filtro com fator de proteção solar (FPS) no mínimo 15
– Reaplique a cada duas horas
– Hidrate-se com água e sucos, nunca com bebidas alcoólicas
– Proteja-se do sol com bonés e chapéus
– Use barracas de algodão ou lona (elas oferecem quase o dobro de proteção em relação às de náilon)
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Queimadura
A queimadura é uma lesão causada por fatores térmicos, químicos, eletricidade e radiação, entre outros. Dependendo da localização, da extensão e do grau de profundidade, a lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo (como a pele) pode desfigurar, causar incapacidades temporárias ou permanentes e levar à morte.
As queimaduras são classificadas em:
Queimadura de 1º grau – atinge somente a epiderme (camada mais superficial da pele). Caracteriza-se por dor e vermelhidão no local queimado.
Queimadura de 2º grau – atinge a epiderme e a derme (camada localizada abaixo da epiderme). Caracteriza-se por dor, vermelhidão e formação de bolhas.
Queimadura de 3º grau – atinge todas as camadas da pele, inclusive o tecido gorduroso e os nervos, podendo alcançar inclusive os ossos. Caracteriza-se por pouca dor, já que destrói as terminações nervosas de sensibilidade. A pele fica seca, dura, enrugada, escurecida ou esbranquiçada.
Como agir:
– Interrompa o processo que está originando a queimadura. Se for fogo na roupa, não deixe a pessoa correr. Deite-a no chão e comece a abafar as chamas pela cabeça, usando um cobertor, um tapete, um casaco grosso ou faça-a rolar no chão
– Jamais deixe de lado a sua própria segurança ao ajudar em uma situação como essa
– Depois de apagado o fogo, não retire roupas coladas na pele, apenas recorte as partes soltas, sobre as áreas queimadas
– Cubra a área queimada com gaze esterilizada ou panos limpos, para evitar infecção
– Não aplique qualquer creme ou pomada na queimadura, a não ser que haja prescrição médica
– Jamais rompa as bolhas formadas na queimadura
– Em queimaduras de 1º e 2º grau resfrie o ferimento com água corrente. Não aplique gelo no local
– Em queimaduras químicas, limpe e remova a substância da pele e das roupas. Em seguida, lave o ferimento com bastante água corrente
– Em caso de queimadura de origem elétrica, não socorra a vítima antes de desligar a corrente
– Além da queimadura, a corrente elétrica pode gerar parada cardiorrespiratória, devendo neste caso ser aplicada a reanimação. Após prestar o primeiro atendimento (veja no item choque elétrico), chame socorro ou conduza a pessoa ao hospital
Como prevenir:
– Sempre que se submeter ao sol, use filtro solar
– Afaste fósforos, produtos químicos e inflamáveis de crianças
– Tenha cuidado ao usar fogão, velas, cigarros e qualquer fonte de ignição
– Evite soltar fogos de artifício
– Proteja a rede elétrica de sua casa evitando sobrecarga ou fios desencapados. Procure sempre um profissional habilitado para realizar o serviço de instalação ou manutenção de sua rede elétrica
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Desidratação
Definição
A desidratação significa que o seu corpo não está recebendo a quantidade de água e fluidos que deveria. A desidratação pode ser causada por perda excessiva de fluidos, pela ingestão insuficiente de água, fluidos ou por ambos. Vômito e diarreia são causas comuns.
As crianças são mais suscetíveis à desidratação do que os adultos devido ao peso inferior do corpo e maior circulação de água e eletrólitos.
Os idosos e os que se encontram doentes também têm maior propensão.
A desidratação é classificada como leve, moderada ou grave dependendo da quantidade de fluido que o corpo perdeu ou que não foi reposto.
Quando grave, a desidratação é uma condição que pode colocar a vida em risco.
Causas, incidência e fatores de risco
O corpo pode perder muitos fluidos devido às seguintes causas:
- Vômito ou diarreia
- Excreção excessiva de urina, tais como com diabetes não controlado ou uso de diuréticos
- Suor excessivo (por exemplo, de exercício)
- Febre
Pode-se não ingerir fluidos suficientes devido à:
- Náusea
- Perda de apetite causada por moléstia
- Garganta inflamada ou feridas na boca
A desidratação em crianças doentes é frequentemente uma combinação de ambos — recusa em ingerir qualquer substância ao mesmo tempo que perde fluidos por causa de vômitos, diarreia ou febre.
Uma redução no turgor da pele é um sinal tardio de desidratação
Sintomas
- Boca seca ou grudenta
- Pouca ou nenhuma excreção de urina; a urina concentrada surge amarela escura
- Não produção de lágrimas
- Olhos encovados
- Moleira marcadamente baixa em bebês
- Letargia ou coma (na desidratação grave)
Além dos sintomas da real desidratação, pode ainda haver vômito, diarreia ou a sensação de “não conseguir segurar nada”, os quais podem ser a causa da desidratação.
Exames e testes
Um exame físico pode ainda mostrar sinais de:
- Baixa pressão sanguínea
- Queda da pressão sanguínea ao levantar-se
- Frequência cardíaca alta
- Turgor da pele deficiente — a pele pode perder a elasticidade e demorar para retornar a posição inicial quando apertada pelo médico; geralmente, a pele retorna rapidamente à posição inicial
- Lento preenchimento capilar
- Choque
Os testes incluem:
- Bioquímica sanguínea (para verificar eletrólitos, especialmente os níveis de sódio, potássio e bicarbonato)
- Densidade urinária específica (alta densidade urinária específica indica desidratação significante)
- BUN (nitrogênio ureico sanguíneo — pode estar elevado com a desidratação)
- Creatinina (pode estar elevada com a desidratação)
- Hemograma para buscar sinais de sangue concentrado
Outros testes podem ser realizados para determinar a causa específica da desidratação (por exemplo, glicemia para verificar se há incidência de diabetes).
Tratamento
A ingestão de fluidos é geralmente suficiente para desidratação leve. É melhor ingerir quantidades pequenas e frequentes de líquidos (usando uma colher de chá ou seringa em crianças) do que tentar forçar grandes quantidades de uma só vez. A ingestão de muitos líquidos de uma só vez pode ocasionar mais vômito.
Soluções de eletrólitos ou picolés são bem eficazes. Encontram-se disponíveis no comércio. Isotônicos contêm muito açúcar e podem causar ou piorar a diarreia. Em crianças, evite usar água como o líquido de reposição principal.
Fluidos intravenosos e hospitalização podem ser necessários em caso de desidratação moderada a grave. O médico tentará identificar para, então, tratar a causa da desidratação.
A maioria dos casos de viroses intestinais (também chamadas de gastroenterite viral) tende a resolver-se por si só depois de alguns dias. Consulte também: diarreia
Evolução (prognóstico)
Quando a desidratação é identificada e tratada no início, o resultado é geralmente satisfatório.
Complicações
A desidratação grave não tratada pode resultar em convulsões, dano cerebral permanente ou morte.
Ligando para seu médico
Ligue para 192 se você ou seu filho apresentar os seguintes sintomas:
- Tontura
- Desfalecimento
- Letargia
- Confusão
Consulte seu médico imediatamente se você ou seu filho apresentar qualquer um dos seguintes sintomas:
- Não produção de lágrimas
- Olhos encovados
- Pouca ou ausente excreção de urina por 8 horas
- Pele seca que demora para retornar à posicão inicial quando dobrada
- Boca ou olhos secos
- Moleira afundada nas crianças
- Batimento cardíaco acelerado
- Sangue nas fezes ou vômito
- Diarreia ou vômito (em crianças menores de 2 meses)
- Apatia e ociosidade
Também procure seu médico caso não tenha certeza de que suas tentativas de hidratar seu filho estão funcionando.
Também procure seu médico se:
- Alguma moléstia estiver combinada com a incapacidade de reter líquidos
- Vômito persistente por mais de 24 horas em um adulto ou mais de 12 horas em uma criança
- Diarreia persistente por mais de 5 dias em um adulto ou uma criança
- Seu filho estiver muito menos ativo do que o normal ou está irritado
- Você ou seu filho apresentarem micção excessiva, principalmente se há histórico familiar de diabetes ou se você estiver tomando diuréticos
Prevenção
Mesmo saudável, beba bastante líquidos diariamente. Beba mais quando o clima estiver quente ou você estiver praticando exercícios.
Monitore cuidadosamente alguém que se encontra doente, sobretudo se for criança ou idoso. Se você achar que a desidratação está se desenvolvendo, consulte um médico antes que a pessoa torne-se moderada ou gravemente desidratada. Inicie a reposição de líquidos tão logo os vômitos e a diarreia começarem — NÃO espere por sinais de desidratação.
Sempre estimule a pessoa a beber durante a moléstia e lembre-se de que a necessidade de ingerir líquidos é maior quando alguém tem febre, vômito ou diarreia. Os sinais mais fáceis de monitorar são a excreção de urina (se houver fraldas frequentemente molhadas ou muitas idas ao banheiro), saliva na boca e lágrimas no choro.