Batalhão de Choque invade prédio do antigo museu do índio
Em meio a tumulto e manifestações, tropas do Batalhão e Choque invadem o imóvel para cumprir mandato de reintegração de posse
Policiais do Batalhão de Choque invadiram nesta sexta-feira, 22, o prédio do antigo Museu do Índio, no Maracanã, zona norte do Rio de Janeiro, para cumprir o mandato de desocupação do imóvel.
Até pouco antes das 11 horas, a polícia militar começou a desfazer o cerco, dando sinais de que havia um acordo. Porém, a tranquilidade durou pouco. Dentro do prédio, índios atearam fogo a uma oca localizada no terreno e iniciaram uma dança. Os bombeiros foram acionados para apagar as chamas. O Batalhão de Choque invadiu o local no momento da entrada dos bombeiros.
A desocupação aconteceu em meio a muito tumulto, correria e tiros de bala de borracha. Policiais dispararam bombas de gás lacrimogênio e usaram spray de pimenta para conter manifestantes contrários à reintegração de posse. Um índio passou mal e teve de ser atendido por uma ambulância do Samu, outro deixou o local com ferimentos leves no braço. Os policiais militares ocuparam completamente o imóvel. Do lado de fora, os manifestantes se recusavam a deixar o local e houve confusão no trânsito das vias próximas ao prédio.
De manhã, duas mulheres que diziam ser representantes da Ordem dos Advogados do Brasil chegaram ao local com um mandato de segurança que impedia a entrada do Batalhão de Choque no prédio. Porém, o procurador-geral da OAB, Guilherme Peres de Oliveira, afirmou que desconhecia a existência do mandato. O procurador esclareceu que qualquer mandato impetrado na OAB deve passar pela procuradoria, o que não aconteceu. Além disso, Oliveira disse desconhecer as mulheres que se denominaram representantes da OAB.
Ainda não está definido o local para onde serão levados os moradores da Aldeia Maracanã, como ficou conhecida a ocupação. Segundo o defensor público Daniel Macedo, três terrenos que podem vir a servir de abrigo provisório para os indígenas, um em Bonsucesso, um em Jacarepaguá e outro no Maracanã.