Falta de critérios de vagas em creches são cobrados por vereadores em sessão
Acácio Gomes
Os vereadores de Caraguá utilizaram os microfones na sessão da última semana da Câmara para tecer críticas em relação aos critérios para vagas em creches do município. O assunto veio a tono, a partir da discussão do requerimento proposto pelo vereador Celso Pereira (DEM), que questionou a falta de vagas na região do Jetuba. “Muitas mães reclamam que não tem vagas em creches. A Prefeitura tem que ter critérios. Hoje tem mãe que leva o filho na creche e depois vai buscar a criança com o olho inchado de tanto que dormiu, ou seja, não trabalha e tem vaga. Tem mães que levam os filhos de bicicleta por quilômetros, já que não conseguem vaga nas suas regiões”, comentou. A vereadora Vilma Teixeira de Oliveira (PSDB) também falou sobre o assunto. “Na região do Perequê e Travessão são pelo menos 300 crianças na fila de espera. Mesmo com as creches entregues, a Prefeitura não dá conta. Tenho a informação que só nesta região são pelo menos 80 grávidas. O que não é certo é mãe que não trabalha e coloca o filho na creche. Precisa criar critérios. Nas cidades vizinhas vemos que há critérios”.
Para o vereador Francisco Carlos Marcelino, o Carlinhos da Farmácia (PPS), a demanda é maior que as vagas oferecidas. “A Prefeitura precisa fazer um estudo para a demanda acabar. Dizem que a vaga é para a criança e não a mãe, mas precisamos rever isso. Quem necessita, hoje não tem vaga”.
O parlamentar Cristian Alves de Godoi, o Baduca Filho (PDT), foi além e citou que logo após a inauguração do Centro Integrado de Desenvolvimento Educacional (CIDE) do Tinga já não havia vaga em creche. “Inauguraram num final de semana e na segunda-feira não havia mais vaga. E o mais estranho que quem teve a vaga são mães de outros bairros”.
Outro que defendeu a implantação de critérios mais técnicos foi o vereador Agostinho Lobo de Oliveira, o Lobinho (PSDB). “Nós vereadores que somos cobrados pelas mães nas ruas e elas tem razão, pois não sabemos os critérios”.
Ao final da discussão, o requerimento foi aprovado por unanimidade pelos vereadores presentes.
Prefeitura afirma que 800 crianças estão na lista de espera
A Secretaria de Educação de Educação de Caraguá informa que o direito à creche não é da mãe e sim da criança, portanto é indiferente se a mãe trabalha ou não. “O fato da mãe não trabalhar não é impedimento para a criança ser matriculada na rede de ensino municipal”, salienta a municipalidade.
De acordo com a Secretaria de Educação, há atualmente 800 crianças em lista de espera em todo o município.
Hoje são 16 Centros de Educação Infantil (CEI) e Escola de Educação Infantil (EMEI), que atendem 3.283 crianças de zero a três anos e 11 meses de idade e 2.609 crianças de quatro a cinco anos e 11 meses de idade.
Ainda segundo a Secretaria de Educação, outras seis unidades devem ser construídas e juntas vão oferecer mais 1.500 vagas, que atenderiam a demanda. São elas: no Jaraguazinho (já está em construção); uma no Jetuba e outra na Praia das Palmeiras (ambas em negociação com o Governo do Estado); uma no Travessão; e outras duas nos CIDEs Norte e Sul (em construção).