Em comemoração ao Mês da Mulher, o Conselho Municipal de Política Cultural de Caraguatatuba (CMPCC) e a Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba (Fundacc) apresentam Festival Crisálida, composto por projetos dirigidos e protagonizados por algumas das mulheres contempladas pelo edital de conteúdo digital da Lei Aldir Blanc.
Com conteúdos diversificados, o Festival Crisálida será realizado nos dias 24, 26 e 31 de março, às 20h, com transmissão pelo Facebook do Conselho (facebook.com/conselhoculturacaragua) e da Fundação (facebook.com/Fundacc).
De acordo com a organização do Festival, o termo “Crisálida”, de forma simples, é o terceiro estado do ciclo de vida da borboleta, falando do estágio em que a lagarta atinge o seu desenvolvimento completo, solta a pele e produz a dura casca protetora da crisálida.
Para o núcleo organizador, a mulher, em seu estado latente, recolhida, imóvel, preparando-se para uma ideia que salta e liberta sua inspiração; Contorce-se dentro de si mesma, fechada em crisálida por fora e aberta ao florescer íntimo, o despertar feminino da transformação. Protegida numa espécie de casulo, pendurada por seus fios de seda, toda mulher quer tecer sua própria história; E depois que a dor enrijece seu corpo e a dureza da clausura quase congela seu coração, a mulher suspensa no galho fino que ainda a sustenta, despenca de sua metamorfose, mas abre os braços e ao invés de cair, voa.
“Sabemos a importância em dizer que esse Festival não alcança toda a pluralidade feminina existente, pois ainda há muito a se dizer sobre representatividade e que essas apresentações não abrangem tal discussão, mas contempla produções feitas por mulheres, sobre mulheres”, disseram.
“Eu não me vejo na palavra / Fêmea, alvo de caça
Conformada vítima / Prefiro queimar o mapa
Traçar de novo a estrada / Ver cores nas cinzas
E a vida reinventar
E um homem não me define / Minha casa não me define
Minha carne não me define / Eu sou meu próprio lar”
Programação completa
Abertura
Dia 24/3 – (quarta-feira) – às 20h
- Iassiene Fida Rossi Hernandez Veiga – Contr(ação) (Vídeo-arte)
A metodologia do vídeo-arte partiu de pesquisas realizadas em torno de Artaud e o corpo extra-cotidiano, em conjunção com o aumento da violência contra a mulher em período de isolamento social.
- Rafaela Amorim dos Santos Fernandes – Duo Capitus (Show musical)
Duo Capitus é um projeto que tem como intuito propagar a produção musical feminina, por meio de apresentações digitais com repertórios compostos por músicas de autorias e interpretações de mulheres, sejam elas nacionais ou internacionais, e canções que falam sobre a relação da sociedade com o feminino.
Dia 26/03 – (sexta-feira) – às 20h
- Luana Fida Rossi – Um inventário de Luana Fida (Vídeo-poema)
O vídeo-poema é baseado em relatos de mulheres que cruzaram o caminho da autora.
- Ruty Helen Aparecida da Silva Oliveira – (Videoclipe)
Durante a exibição do videoclipe serão apresentados depoimentos reais de artistas e amigos da produtora, que de alguma forma venceram períodos difíceis de depressão ou ansiedade.
- Tabyta Yasmin Aguiar de Barros – (Documentário)
O conteúdo digital proposto neste projeto remete ao empoderamento da mulher na cultura caiçara, a pesca como meio de sobrevivência e a herança culinária como acervo cultural histórico, que cada pescadora traz em sua trajetória, além de ser uma das atividades produtivas mais antigas do mundo, e que, ao longo do tempo, vem sendo realizada por homens.
- Luciana Renna da Silva – (Vídeo)
O vídeo apresenta uma das formas de utilização da técnica do acordelamento na confecção de uma escultura feita com massa cerâmica, demonstrando a forma de modelagem, o tempo de secagem e a utilização das ferramentas para fazer o acabamento da escultura.
Dia 31/03 – (quarta-feira) – às 20h
- Fernanda Leturia – (Show musical)
Fernanda Leturia interpreta músicas de repertório popular nacional e internacional que fizeram sucesso na voz de mulheres negras, reafirmando o valor e seu papel na história da música, como as cantoras Sandra de Sá, Alcione, Elza Soares, Etta James, Nina Simone, entre outras.
As produções exibidas durante o Festival foram realizadas por meio dos editais da Lei Aldir Blanc, pertencem ao Acervo da FUNDACC e poderão ser exibidas em diversas atividades e espaços conforme previsto no Edital.
O festival seguirá com novas fases nos próximos meses, com a curadoria da Sociedade Civil do Conselho Municipal de Política Cultural de Caraguatatuba.