A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial do medicamento contra a Covid-19 Molnupiravir.
A aprovação por unanimidade ocorreu nessa nessa quarta-feira (4/5).
O antiviral em cápsulas é produzido pela empresa farmacêutica norte-americana Merck Sharp & Dohme (MSD) e deve ser usado apenas com prescrição médica. Ele é direcionado a pacientes adultos que não precisam de oxigênio suplementar e apresentam risco elevado de agravamento da doença, como é o caso das pessoas com comorbidades.
Para ser distribuído na rede pública brasileira, o medicamento deve passar agora por uma nova etapa que envolve a avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
O Molnupiravir já foi autorizado em 17 países, entre eles, Estados Unidos, Japão, Reino Unido e Europa.
No início de março, teve ‘recomendação condicional’ por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), o que significa que a segurança do medicamento permanece sendo monitorada.
Contraindicação
O Molnupiravir não é indicado para menores de 18 anos, para mulheres grávidas ou que amamentam e para pacientes que já estejam hospitalizados.
Altas doses do medicamento podem afetar o crescimento e o desenvolvimento do feto.
Entre os efeitos colaterais, estão: náusea, enxaqueca e dor de cabeça.
O medicamento não substitui a vacina contra a Covid-19
De acordo com o diretor presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, “a autorização temporária e emergencial é apenas para oferecer mais uma opção ao Ministério da Saúde no enfrentamento da covid 19 e que em absoluto versa por substituir a ferramenta vacinal, que cada vez mais tem se mostrado importante arma de combate ao vírus. ”
A relatora do processo, diretora Meiruze Freitas, também afirma que a vacina ainda é a melhor opção na luta contra a Covid: “Reitero que a vacinação continua sendo a melhor estratégia para evitar a covid grave, hospitalizações e óbitos. Aqueles que não completaram o curso completo de vacinação têm mais chances de apresentar sintomas moderados ou graves em comparação com aqueles que receberam um reforço, especialmente os mais vulneráveis”.
Meiruze ainda destaque que: “A pandemia apenas ficará sob controle com medidas preventivas, especialmente a vacinação, e ferramentas terapêuticas eficazes e com possibilidade de amplo acesso.”
Transferência de tecnologia
Em nota, a empresa farmacêutica norte-americana MSD informou que negocia a transferência de tecnologia do antiviral para que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) seja a responsável pela produção no país. Segundo a empresa, também será analisada a possibilidade de estudos com o Molnupiravir para infecções virais, como dengue e chikungunya.
Outros medicamentos
Em março a Anvisa autorizou o uso emergencial do Paxlovid, antiviral oral contra a Covid-19 da Pfizer. O remédio é indicado na fase inicial da doença para pacientes com alto risco de evoluir para casos graves.
Em abril, o Ministério da Saúde aprovou o medicamento baricitinibe para o tratamento da Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). Ele é indicado para adultos hospitalizados que precisam de oxigênio por máscara ou cateter nasal e casos de necessidade de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva.