Professores e especialistas da Rede Municipal de Educação de Caraguatatuba concluíram, este mês, um programa voltado para ampliação do conhecimento em relação ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), importância da Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) e introdução à Análise Comportamental Aplicada ou Applied Behavior Analysis (ABA).
A formação teve início em agosto e reuniu 75 profissionais. Atualmente, nas unidades escolares do município são atendidos 1.793 alunos com deficiência, entre eles, 367 autistas.
A diretora do setor de Educação Inclusiva da Secretaria de Educação, Fabiana, disse que o objetivo da capacitação foi ampliar o repertório dos professores e especialistas para auxiliar nos atendimentos. “Esperamos que os estudantes melhorem a interação com outras pessoas e tenham menos dificuldades na comunicação social”, afirmou.
As profissionais responsáveis pela formação foram a fonoaudióloga Tatiana Pereira, e a psicóloga, Fabíola Bendô Paiva.
Nos encontros, os participantes puderam conhecer o que é a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), que destina-se a pessoas sem oralidade ou sem escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar e/ou escrever. Também sobre seleção de vocabulário, aspectos de linguagem e avaliação, protocolos de avaliação de linguagem para CAA; estruturação, tipos e como usar a CAA; construção de material, ensino de habilidades de vida diária (pistas visuais); uso do sistema de alta tecnologia (apresentação e ensinar como usar), entre outras questões.
A outra etapa da formação envolveu o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e sinais de identificação. Conceitos em ABA (Análise Comportamental Aplicada ou Applied Behavior Analysis) – ciência cujas intervenções derivam dos princípios do comportamento e possui como objetivo aprimorar comportamentos socialmente relevantes.
De acordo com fonoaudióloga, quando o profissional consegue fazer uma análise dos comportamentos do paciente, é mais fácil entender o indivíduo principalmente como e porquê os comportamentos ocorrem e quais as influências ambientais estão relacionadas. “Assim é possível traçar estratégias que permitam ensinar novas habilidades a esse aluno. Temos que sempre levar em consideração a singularidade de cada aluno para garantir uma efetiva aprendizagem”, explicou Tatiana.
Já a psicóloga acrescenta que a Análise Aplicada do Comportamento (ABA) é indicada como a terapia mais eficaz para o tratamento do transtorno do Espectro Autista, com comprovações científicas.
“Falando em contexto escolar, considerando que cada pessoa é única, a terapia ABA analisa o comportamento, avalia as habilidades do indivíduo e propõe programas de ensino para que essas habilidades sejam desenvolvidas, dando um direcionamento para que os professores atuem com esses alunos num planejamento contínuo”, explicou a psicóloga.
Para a docente Luciene Borges de Souza a formação superou as expectativas. “Os encontros foram ótimos porque nos deram mais ferramentas para nós professores das salas de recursos, trabalharmos novas abordagens com os alunos com necessidades educacionais especiais”, declarou.