O livro é um dos projetos contemplados pela Lei Paulo Gustavo, através do Edital 24/2023 da Fundacc
“Autanamnese” livro de estreia de Leonardo Augusto será lançado em Caraguatatuba em dois momentos no mês de junho, no sábado, 1/6, das 15h às 18h, no ‘Sarau no Museu’, no Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba (MACC) e no dia 14 às 18h, no Saguão do Teatro Mario Covas.
“Autanamnese” é um dos projetos contemplados pela Lei Complementar nº 195/2022, a Lei Paulo Gustavo, através do Edital 24/2023 da FUNDACC — Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba; destinada a fomentar projetos culturais e audiovisuais em todo o país.
Com 82 páginas no gênero poesia, a editora Toma Aí Um Poema foi a responsável pela publicação.
“Autanamnese” é tanto uma proposta de autoanálise quanto um passeio por toda e qualquer centelha de autorrevolução. O livro se encara como um projeto para quebrar dualidades: destruir o conceito de si e de outrem, de corpo e de não-corpo, do que mora em mim e do que mora em você.
É na ideia de se examinar a partir do reflexo de outras pessoas que vem uma “auto-anamnese”, conceito médico que a princípio — a anamnese em si — acusa a necessidade de um diagnóstico do paciente realizado por um agente.
O livro é um convite para entender a totalidade de si: enquanto o leitor testemunha, enfim, outro alguém se entende.
“Autanamnese se revela como um manifesto de existência e autoconhecimento, onde Leonardo Augusto não se contenta em ser mero observador. Ele questiona as expectativas impostas, buscando, através de sua poesia, a beleza e a liberdade, mesmo nos momentos mais brutos e complexos. É um convite à transgressão das normas, inspirado pela linguagem indomável que nos incentiva a encontrar nosso próprio caminho de expressão.” — Jéssica Iancoski, Poeta e Editora da Toma Aí Um Poema.
Sobre o autor:
Leonardo Augusto é de Caraguatatuba e gosta de repetir isso aos quatro cantos. Estudante perpétuo e delirante funcional, seu único sonho era existir uma profissão que desse dinheiro para aqueles que gostam de andar para sempre. Ainda não inventaram algo do gênero. Escreve poesia desde que se entende por gente; participou de diversos concursos de literatura no município, como também de coletâneas literárias de prosa e poesia.
Filho de uma mãe perfeita e de um pai genial, irmão de quatro birutas, tio de nove pedaços de discórdia e a pessoa mais rica do mundo em matéria de amor – “perdão por isso, eu ganhei”.
Desenvolve projetos no Arquivo Municipal de Caraguatatuba e espera permanecer na sua cidade para todo o sempre. Ou talvez não, tem que ver o que vai acontecer ainda. Ele não sabe. Nem eu.
Esse é o seu primeiro livro.
Viagem Astral, um dos poemas de “Autanamnese”
pra escutar a própria alma,
basta esfregar teu cabelo na superfície próxima
a raspagem nada mais é que a verve da sua música interior
esteja em ambiente sanitizado e, porquê não, solitário
pra enxergar a própria alma,
não tem outra moda além de virar os olhos para dentro de si
não há mistério algum, apenas assuma que as dilatações serão
tão envolvidas pelo negro de seu crânio que se desenvolverão
à proximidade máxima de teu cerne
para viver, basta gastar e sujar a alma
esperando que haja uma máquina de lavar decente
no reino dos céus.