Transporte intermunicipal descarta redução de tarifa na região
Usuários embarcam, com atraso, em ônibus intermunicipal
Helton Romano
A redução nas tarifas de ônibus das cidades do Litoral Norte não deve ser acompanhada pelas linhas que realizam o transporte intermunicipal na região. A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), responsável pelo serviço, descarta a possibilidade. “Aqui não tem previsão”, afirma o gerente regional, Antonio Carlos de Oliveira. Ele alega que os valores não tiveram aumento em janeiro, como estaria previsto, segundo Oliveira. Mas de acordo com a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), as tarifas dos intermunicipais já haviam sido reajustadas em novembro.
As linhas operadas pela Litorânea, antes gerenciadas pela Artesp, estão sob a responsabilidade da EMTU, desde março. A transferência se deve à criação da região metropolitana que abrange as cidades do Vale do Paraíba e Litoral Norte – RMVale.
O gerente da EMTU faz uma avaliação positiva do serviço prestado na região. “O conforto e a segurança está de acordo. A frota não é ruim”, considera Oliveira. Segundo ele, 30 funcionários estão sendo treinados para trabalhar na fiscalização do sistema na RMVale. “Verificamos todas as reclamações que chegam para melhorar o atendimento”, garante.
Dentre elas está a implantação de duas catracas nos ônibus, o que acaba causando lentidão no desembarque. Oliveira reconhece o problema e afirma que está “acertando com a empresa” para que seja retirada a segunda catraca das linhas que não são seccionadas.
Atraso
Na tarde de ontem, a reportagem conversou com usuários no terminal da Litorânea do bairro de Boiçucanga, Costa Sul de São Sebastião. O ônibus, que deveria partir às 15h40, com destino à cidade de Bertioga, estava atrasado. A reportagem presenciou ainda um bate-boca entre uma usuária e o motorista. “É sempre assim”, disse Fabiana Lima, 26 anos, que trabalha como pajem numa creche e utiliza o transporte para ir à faculdade no município vizinho. Segundo ela, os atrasos são frequentes.
O estudante identificado apenas como Gustavo, 19 anos, confirma o problema. Ele mora no bairro do São Francisco e toma três ônibus para chegar a Santos, onde estuda aos sábados. Gustavo diz que, caso optasse pelo ônibus rodoviário, o custo do transporte seria dobrado.
Somente às 16h18 o ônibus deixou o local, com 38 minutos de atraso. De acordo com o encarregado da empresa, que não quis se identificar, o veículo, que deveria partir às 15h40, teve problema no limpador de para-brisa. Os passageiros acabaram embarcando no ônibus que tinha horário de saída previsto para as 16h20.
Foto: Helton Romano/Il