SURTO DE EBOLA
Presidente do órgão disse estar ‘profundamente preocupado’ com o surto. Agentes de saúde se esforçam para mudar hábitos que contribuem para a epidemia na África
O Banco Mundial (Bird) anunciou na última terça-feira, 4, que enviará uma ajuda financeira de US$ 200 milhões à Libéria, Serra Leoa e Guiné, países da África Ocidental que mais sofrem com o surto de ebola.
Leia mais: Americanos infectados receberam drogas secretas, diz CNN
Leia mais: Brasil reforça vigilância contra o vírus ebola
Leia mais: Burocracia impede a criação de uma vacina para o Ebola
O presidente do Bird, Jim Yong Kim, que também é médico infectologista, disse estar “profundamente preocupado” com o avanço da epidemia. Segundo ele, a ajuda financeira do órgão permitirá reestruturar hospitais africanos afetados pela superlotação, falta de pessoal e mau preparo para lidar com o ebola.
De acordo com a OMS, o número de casos de infecção por ebola já chegou a 1.600, dos quais 887 resultaram em morte. Uma reunião de emergência foi convocada para esta quarta-feira, 5.
Agentes de saúde que trabalham para conter a epidemia na África vêm enfrentado problemas além da doença. Na Guiné, por exemplo, os agentes tentam desencorajar o consumo de carne de animais selvagens. Acredita-se que a prática é uma das causas do surto, mas algumas comunidades rurais remotas não estão dispostas a abrir mão de sua tradição de caça.
Já na Libéria, o maior problema é a falta de informação sobre a doença. “No pior lugar de todos, em Monróvia, capital da Libéria, ainda está havendo muita transmissão da doença por simples falta de conhecimento. Muitas pessoas simplesmente não acreditam que o ebola existe”, disse Bart Janssens, coordenador dos agentes de saúde do Médicos Sem Fronteiras que atuam na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa.
“As pessoas estão em negação. E isso ocorre em todos os níveis sociais, mesmo nos mais altos. As Igrejas, que atraem muitas pessoas, estão espalhando uma mensagem errada, dizendo que o ebola não existe e que não apoiam as medidas de prevenção que tentamos implementar”, explica Janssens.