Levantamento da Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Saúde de Caraguatatuba, aponta que homens com mais de 60 anos, com comorbidade, são as principais vítimas da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
Entre elas estão doenças renais crônicas, diabetes, pressão alta e problemas cardíacos. Diante desse dado, a Prefeitura alerta para um maior cuidado esse grupo de risco.
Somente de março a 6 de julho foram registrados 38 óbitos na cidade, sendo 28 em pacientes com comorbidades. Desses, 22 tinham mais de 60 anos, sendo 19 do sexo masculino e 11 mulheres.
O município tem cerca de 20 mil idosos e a preocupação é com a saída deles para fazer alguma atividade como, por exemplo, ir a uma agência bancária, e até mesmo a convivência com pessoas de outros grupos que podem até ser assintomáticas, mas levarem o vírus para dentro da casa daqueles que seguem o isolamento social.
É comum ver esses idosos andando pelo Centro de Caraguatatuba ou tentando entrar no transporte coletivo como uma senhora que na última segunda-feira embarcou no ônibus na rodoviária para o Centro.
Como a gratuidade está suspensa neste período de pandemia, por orientação do Ministério Público, justamente para que fiquem em casa, protegidos, ela contou que precisava ir ao banco porque costuma fazer suas atividades sozinha.
Uma observação importante constatada pela Saúde é que esse grupo mais suscetível também é o que procura atendimento médico de forma mais tardia.
“A gente percebe que muitas vezes já estão com alguma outra doença e não percebem ou não levam os sintomas a sério e só procuram uma Unidade de Saúde quando a situação se agrava”, alerta o secretário de Saúde, Amauri Toledo.
Diante desse quadro, ele orienta que mesmo em casa de uma síndrome gripal, os idosos devem se dirigir ou sejam levados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central que é referência para a Covid-19 em Caraguatatuba. Lá, os idosos vão fazer a tomografia e o teste rápido. “Quando mais cedo o atendimento, maior a chance de cura”, destaca Toledo.
Rede do bem
As chamadas redes do bem são alguns dos caminhos encontrados para ajudar esse grupo que mais sofre as consequências da Covid-19.
Pensando nisso, a equipe técnica do Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência e ao Idoso (Ciapi), por meio da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso (Sepedi), tem desenvolvido várias ações para atender usuários do serviço de Centro Dia que, neste momento, não podem ir à unidade pessoalmente para as suas atividades.
Desde o inicio da pandemia, já foram entregues 1.184 kits refeição em domicilio na residência de usuários. Com a suspensão das atividades, o serviço foi uma forma de seguir com o acompanhamento, daqueles em situação de vulnerabilidade social.
A equipe também tem entregue kit higiene, contendo álcool em gel, sabonete líquido e máscaras de proteção para minimizar o contágio de doenças infectocontagiosas, dentro das residências dos assistidos pelo programa.
Também foram disponibilizadas vídeo aulas focadas em fisioterapia, atividades físicas, culinária. Ainda são feitas visitas domiciliares com o intuito de verificar a situação deles e o cumprimento das ações da rede de apoio dos usuários durante a pandemia.
Por outro lado, a equipe da Vigilância Sanitária faz acompanhamento dos Institutos de Longa Permanência de Idosos (ILPI) para verificar as condições dos moradores idosos.
Prevenção
Diante desse cenário, os idosos devem adotar todas as medidas de prevenção já conhecidas, como distanciamento social, uso de máscaras, constante higienização das mãos, limpeza e desinfecção de alimentos e ambientes e, o mais importante, utilizar a Rede de Apoio (pedir ajuda de amigos, vizinhos, filhos para situações em que necessitar sair).