A investigação iniciada pela Polícia Federal sobre os ataques virtuais ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último domingo (15) preocupa aliados e até integrantes do governo.
A relação do governo de Jair Bolsonaro com o Judiciário tinha estabilizado nos últimos meses. Mas o temor de auxiliares do Planalto é que o movimento de desacreditar o modelo eleitoral brasileiro possa reacender uma nova tensão institucional.
O blog apurou que essa preocupação é maior entre integrantes da articulação política do governo e da chamada ala militar. A avaliação interna é que o chamado grupo ideológico que orbita no governo trabalha para reativar essa tensão.
Um aliado do governo chegou a considerar um grave erro do presidente Jair Bolsonaro levantar, sem provas, dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro.
As investigações preliminares indicam que houve uma ação virtual orquestrada com disparos em massa de mensagens, por milícias digitais, com o objetivo de desacreditar o voto eletrônico no Brasil. No TSE cresce o consenso de que os ataques tiveram motivação política.
A sinalização do próprio presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, é de que houve ação de milícias digitais, numa associação direta às investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre atos antidemocráticos e fake news.
O grande temor de aliados no Congresso Nacional é que essa nova investigação chegue mais uma vez no entorno da família Bolsonaro.
“É um erro tentar desacreditar o sistema eleitoral brasileiro. Em última instância, é tentar desacreditar a própria democracia”, disse ao blog um líder aliado ao governo, preocupado com os desdobramentos da investigação da PF.
G1 Política