FELIZ PÁSCOA!!! Que este domingo seja muito bom, Autor: Não mencionado |
Resolvi fazer uma mensagem de Páscoa Pensei em algo simples, Te fazer sentir o quanto é importante A vida agitada nos deixa Senti necessecidade de dizer E foi por isso que eu resolvi aproveitar Quero dizer que sua amizade A Páscoa é amor, é fraternidade, é União.. Feliz Páscoa!!!! |
Leonardo Rodrigues
Crianças, e também muitos adultos, aguardam este domingo para enfim, abrir os mais variados e coloridos embrulhos e devorar os ovos de chocolates de inúmeros tamanhos e sabores. Há muito, a população associa a data com doces. O raciocínio é simples: coelho + ovo + chocolate = Páscoa.
Entre tantos princípios, valores, tradições, simbologias que se perdem no tempo, com a Páscoa não está sendo diferente. Basta ligar a TV e logo perceberá, melhor, não perceberá nada sobre o significado da Páscoa. Porém, a festividade tem raízes profundas na História. Não surgiu de uma ideia de alguém a esmo. Antes, nasceu da necessidade de um povo se expressar em gratidão, com alegria se reportar ao autor da vida.
Contudo, até se chegar à celebração da Páscoa, houve longo caminho.
Daniel Simões, licenciado em Letras e bacharelando em Teologia, é objetivo ao dizer que a Páscoa tem seu início entre os judeus.Ele explica que o contexto da época em que se deu a festividade tem seu início com a escravidão egípcia ao povo judeu.
“Um relato bastante sintético pode ser traçado à partir de Moisés, que é chamado por Deus para libertar o povo de Israel que estava escravo no Egito (a data é de aproximadamente Séc XVII a.C). O faraó – um imperador da região – no entanto, não permite que o povo saia para prestar culto a Deus”, conta.Por decorrência desse impedimento, Deus envia dez pragas sobre o Egito com, pelo menos 3 objetivos: (1) Revelar Sua identidade e poder ao povo de Israel – o povo ficara escravo num terra pagã e fora contaminado com os costumes que ofendiam seu Deus. O relato mostra ainda que, passadas as gerações, os progenitores falharam em incutir a fé a seus filhos. Deus precisava se revelar a este povo. (2) Revelar Seu poder aos egípcios e (3) enfraquecer a nação para a saída dos israelitas.
Simões destaca que a última das 10 pragas consistia na morte dos primogênitos. Deus passaria sobre o Egito e mataria todos os primogênitos – tanto de homens, quanto de animais. A praga, contudo, tinha somente os egípcios por alvo. A fim de fazer distinção entre israelitas e egípcios, Deus ordena que Moisés oriente o povo da seguinte maneira:
Cada família deveria tomar um cordeiro macho de um ano sem defeito. Além de uma série de prescrições alimentares (estão descritas no livro de Êxodo, capítulo 12), o povo deveria matar o cordeiro e passar seu sangue nas laterais e nas vigas superiores das casas em que as famílias israelitas estivessem reunidas.
“O sangue seria um sinal para indicar as casas do povo de Deus, de forma que, ao ver o sangue, Deus passaria por cimae não mataria os primogênitos daquela casa (tanto homens quanto animais)”, comenta. Desse episódio vem à palavra Pesah, em hebraico “passagem”, em português Páscoa.
Já a partir do Novo Testamento, em Cristo, Simões afirma que os autores divino-humanos (homens escrevendo dirigidos por Deus) passam do animal cordeiro para Jesus Cristo como O Cordeiro, de forma a se manifestar a plenitude do plano divino. Assim como o cordeiro não poderia ter defeito algum, Cristo Jesus não teve pecado algum e só por isso providenciou um sacrifício capaz de purificar o homem.
“Ainda hoje a mensagem se mantém: a prisão já não é mais a escravidão como com o povo egípcio, mas o reino das trevas a que toda humanidade foi submetida. Os cativos a serem resgatados já não são mais o povo de Israel (judeus), mas toda humanidade. A redenção, em vez de uma mudança geográfica – do Egito para Canaã – agora é espiritual, de uma existência em morte nos delitos e pecados para a vida abundante por meio do sacrifício de Cristo Jesus na cruz do Calvário”.
Porém, Simões acrescenta que a mensagem da Páscoa é também a pureza. Logo após Moisés resgatar o povo, ele dá instruções sobre a Festa dos Pães Asmos e sobre a consagração dos primogênitos, enfatizando que a redenção divina transporta os resgatados para uma nova condição mais elevada, o que no Novo Testamento será chamado de Reino do Seu filho amado. “Tanto a páscoa judaica quanto a cristã ressaltam que aquele que resgata também redime e provê a manutenção/constância dessa redenção, pureza e santificação”.
A páscoa também tem um aspecto futuro. Os israelitas deveriam testemunhar a seus filhos a libertação recebida por meio do sangue de forma a estimular-lhes a fé. O mesmo procedimento é passado aos cristãos. Os pais devem partilhar com seus filhos a experiência de terem sido transformados por meio do sacrifício de Cristo na cruz, providenciando o perdão dos pecados e assegurando uma vida abundante aqui na Terra e na eternidade.
Daniel Simões analisa ainda a trajetória do Cordeiro de Deus para fundamentar o valor da Páscoa. “Em Cristo, a páscoa ganha seu cumprimento total: vida de Cristo e vida por meio d’Ele. Jesus Cristo nunca escreveu um livro, nunca viajou mais que 320 km distantes de sua terra natal e, apesar disso, é incontável o número de vidas transformadas por Sua vida, morte e ressurreição”. Ele cita o filósofo Voltaire que afirmou que a Bíblia e o cristianismo acabariam em poucos séculos. O filósofo morreu em 1778 e sua casa foi arrematada num leilão e tornou-se a Casa da Bíblia da França. Nietzsche pronunciou a frase clássica “Deus está morto”, isso porque cria que o surgimento da ciência destruiria a fé. Ainda hoje a ciência respalda diversos aspectos da religião. O comunismo definia a Bíblia como “uma coleção de lendas fanáticas sem qualquer suporte científico”. Hoje, o comunismo é um sistema político em acelerado declínio, já o cristianismo continua vivo. “Isso não se deve ao fato de ser um brilhante dogma, mas porque é sinônimo daquilo que Seu mestre fez: proveu vida”, conclui.
Releitura
O professor e pastor Tiago de Melo Curci considera que a Páscoa cristã é uma releitura da Pessáh Judaica. Para ele, a páscoa dos judeus já era carregada da imagem de libertação da escravidão, do nascimento de um povo, inicio de uma nova vida. “Quando Jesus celebra a última ceia, ele canaliza todo esse significado social em sua pessoa. Com isso dá uma nova dimensão a páscoa que ultrapassa o significado judaico”.
Curci sistematiza o fim de semana pascal ao dizer que em Jesus celebra-se aquele que se entregou na cruz (sexta-feira)para libertar da escravidão do pecado, assim como o cordeiro sacrificado para salvação dos primogênitos no Egito. Em Jesus a páscoa é a gestação de um novo reino(sábado), nascimento de um povo que ama a Deus e por ele peregrina nesta terra, mas liberto do poder do pecado, do mundo perdido e da escravidão espiritual. Um povo que descansa numa promessa. O povo que confia e acredita em Jesus. Também, em Jesus tem inicio uma nova vida, uma nova era(domingo).
“Sua ressurreição demonstra poder para gerar vida, vida eterna. Transmite a imagem da esperança de celebrar a páscoa eternamente com Ele a partir d´Aquele dia, O dia do Senhor. Enfim, a páscoa cristã é uma mensagem de perdão, transformação e esperança centrados na pessoa de Jesus”.
Ressuscitou
Dom Antonio Carlos Altieri, bispo diocesano de Caraguá, relembra que a Páscoa em hebraico quer dizer passagem. “Indicava a comemoração da travessia do Mar Vermelho que o povo hebreu fez, libertando-se da escravidão dos egípcios, rumo à liberdade da Terra Prometida”, explica.
Para o bispo diocesano, no Novo Testamento a Páscoa é a superação da escravidão do pecado e da morte e a reconquista da liberdade do amor e de umaherança eterna.
“Esse é o maior milagre e mistério da Fé do cristão,(católico e protestante).Cristo, Filho de Deus feito homem, morreu na Cruz e nos redimiu com seu sangue, mas ressuscitou no terceiro dia e está vivo e presente como Senhor do Céu e da Terra. Nós, cristãos, acreditamos na ressurreição. É o dogma que proclamamos no Credo”.
Dom Altieri é objetivo ao afirmar que não se chega à ressurreição por raciocínio, senão por meio da fé. Ele relata o apóstolo Paulo quando afirma que se Cristo não ressuscitou, nossa fé está vazia.
“Se Cristo não ressuscitou, a vossa fé não tem nenhum valor e ainda estais em vossos pecados. Então, também pereceram os que morreram em Cristo. Se é só para esta vida que pusemos as nossa esperança em Cristo, somos, dentre todos os homens, os mais dignos de compaixão”, I Co.15:17-19.
Assim, o bispo considera que dada à importância desse mistério, a Igreja através da sua liturgia prepara com o tempo da Quaresma, a semana maior, mais comumente chamada Semana Santa. No tríduo Pascal (quinta feira, sexta-feira e até a vigília do domingo) se concentra todo o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. É ocasião de renovara esperança na construção de um mundo de paz, justiça e amor, mensagem trazida e vivida por Cristo revelando a bondade e misericórdia de Deus Pai. “Aproveito para enviar a todos os que têm Fé no Cristo Ressuscitado e a todos os de boa vontade, meus cordiais votos de uma Santa e Feliz Páscoa empenhando minha oração e bênção”.