Obra de duplicação ameaça comerciantes da Tamoios
Pedestres se arriscam na Tamoios. Foto: Warley Leite/O VALE
Construção de nova pista no trecho de planalto vai afetar 250 propriedades localizadas às margens da rodovia; políticos da região querem que o governo ofereça suporte a donos de barracas e restaurantes
Filipe Manoukian
São José dos Campos
Deputados e prefeitos da região vão tentar junto ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) uma compensação aos comerciantes que serão afetados pela duplicação da rodovia dos Tamoios.
Somente no trecho de Paraibuna há pelo menos 25 pontos comerciais às margens da estrada, segundo o prefeito Antonio Marcos de Barros (DEM). Dez deles funcionariam de forma clandestina dentro de áreas do próprio governo do Estado.
Há também a preocupação com a mudança dos acessos aos estabelecimentos que restarem após as obras de duplicação.
“Tentaremos negociar com o governo tudo o que for necessário para não prejudicarmos ninguém que vive do comércio”, disse o prefeito de Paraibuna.
“O Fazendão, por exemplo, pode ter problemas com os acessos, já que hoje tanto quem desce, quanto quem sobe tem acesso ao comércio. Duplicando, isso não será possível”, afirmou.
Negociação. A Nova Tamoios terá duas faixas de tráfego por sentido após o término da duplicação, que teve início no último dia 2.
A expansão se dará, principalmente, dentro da faixa de domínio da rodovia, que abrange 50 metros a partir do acostamento e, por lei, já pertence ao Estado.
Mas também exigirá a desapropriação de uma área de 1,670 milhão de metros quadrados (equivalente a 167 campos de futebol), conforme antecipou O VALE.
“Temos pessoas com atividades econômicas dentro dessa faixa de domínio que podem ser prejudicadas. Se houvesse um diálogo mais aberto com os prefeitos, eles poderiam se planejar para reintegrá-las ao mercado. Como não houve, vamos cobrar isso do Estado”, afirmou o deputado estadual Marco Aurélio (PT).
“Esses comerciantes irregulares também precisam de um atenção. Vamos tentar uma ação nesse sentido”, afirmou o deputado estadual Afonso Lobato (PV).
O governo do Estado informou que analisará individualmente cada caso, mas antecipou que os comerciantes instalados de forma irregular às margens da Tamoios não devem receber indenização (leia ao lado).
As obras no trecho de planalto deverão se estender por 20 meses, a um custo de R$ 557,4 milhões.
Governo trabalha em mapeamento de fauna
São José dos Campos
A duplicação do trecho de serra da Rodovia dos Tamoios ainda depende de licenciamento ambiental.
Hoje, o Estado trabalha na elaboração de um estudo sobre a fauna da Mata Atlântica que pode ser afetada.
“Estamos finalizando a questão da fauna para o Eia/Rima \[Estudo e Relatório de Impacto Ambiental\], a população migratória”, afirmou o diretor-presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço.
No anúncio do início das obras de duplicação, no final do mês passado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu o projeto do trecho de serra, o mais custoso do projeto, para o mês de novembro.
Ao todo, a Nova Tamoios deve consumir R$ 4,9 bilhões.
O custo pode ser assumido integralmente pelo Estado, que também estuda buscar financiamentos ou uma PPP (Parceria Público-Privada).
Memória. Promessa recorrente dos governos tucanos desde 1994, a duplicação da Tamoios nasceu na campanha do governador eleito naquele ano, Mário Covas, a partir de demanda apresentada por prefeitos.
Depois, ela voltou a ser prometida pelo próprio Alckmin, em 2002, posteriormente eleito, e por José Serra, em 2006, também eleito.
Clandestinos devem ficar de fora das indenizações
São José dos Campos
O governo do Estado pretende analisar individualmente os casos de desapropriação ao longo da Rodovia dos Tamoios. Contudo, o diretor-presidente da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), Laurence Casagrande Lourenço, antecipou que não serão pagas indenizações aos comerciantes em áreas irregulares.
“Quem tem direito será totalmente respeitado. Quem ocupou faixa irregular, isso não te gera direito”, afirmou.
Lourenço disse ainda que o processo de desapropriação, com início conjunto às obras, não prejudicará o andamento do projeto.
Caberá ao Estado, a partir de agora, notificar os 250 proprietários de terrenos que serão atingidos pelas desapropriações. É feita, então, uma avaliação de mercado do preço da área, que deve ser pega pelo governo ao proprietário a título de indenização.
“Nosso projeto é avançar com as negociações e termos isso finalizado já no final deste ano”, afirmou Lourenço.
“Agora, isso não significa que todas as desapropriações estarão finalizadas até lá. Se algum proprietário judicializar a questão, isso corre na velocidade da Justiça.”
Posse. No entanto, mesmo que um proprietário questione o valor da indenização paga, o Estado poderá tomar posse do terreno, segundo Lourenço.
“Mas isso não me atrasa a obra, porque tenho o critério de utilidade público. Pego o meu valor, que acho correto, e deposito em juízo e continuo em obra”, disse.
As desapropriações, segundo Lourenço, serão necessárias, principalmente, para suavizar subidas e descidas e corrigir traçados muito sinuosos.
Entre os trechos “perigosos” que serão corrigidas estão a curva do km 18, em frente à Obra Social Rosa Mística, e as curvas entre o km 26 e 28.
fonte 😮 vale
Filipe Manoukian
São José dos Campos
Deputados e prefeitos da região vão tentar junto ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) uma compensação aos comerciantes que serão afetados pela duplicação da rodovia dos Tamoios.
Somente no trecho de Paraibuna há pelo menos 25 pontos comerciais às margens da estrada, segundo o prefeito Antonio Marcos de Barros (DEM). Dez deles funcionariam de forma clandestina dentro de áreas do próprio governo do Estado.
Há também a preocupação com a mudança dos acessos aos estabelecimentos que restarem após as obras de duplicação.
“Tentaremos negociar com o governo tudo o que for necessário para não prejudicarmos ninguém que vive do comércio”, disse o prefeito de Paraibuna.
“O Fazendão, por exemplo, pode ter problemas com os acessos, já que hoje tanto quem desce, quanto quem sobe tem acesso ao comércio. Duplicando, isso não será possível”, afirmou.
Negociação. A Nova Tamoios terá duas faixas de tráfego por sentido após o término da duplicação, que teve início no último dia 2.
A expansão se dará, principalmente, dentro da faixa de domínio da rodovia, que abrange 50 metros a partir do acostamento e, por lei, já pertence ao Estado.
Mas também exigirá a desapropriação de uma área de 1,670 milhão de metros quadrados (equivalente a 167 campos de futebol), conforme antecipou O VALE.
“Temos pessoas com atividades econômicas dentro dessa faixa de domínio que podem ser prejudicadas. Se houvesse um diálogo mais aberto com os prefeitos, eles poderiam se planejar para reintegrá-las ao mercado. Como não houve, vamos cobrar isso do Estado”, afirmou o deputado estadual Marco Aurélio (PT).
“Esses comerciantes irregulares também precisam de um atenção. Vamos tentar uma ação nesse sentido”, afirmou o deputado estadual Afonso Lobato (PV).
O governo do Estado informou que analisará individualmente cada caso, mas antecipou que os comerciantes instalados de forma irregular às margens da Tamoios não devem receber indenização (leia ao lado).
As obras no trecho de planalto deverão se estender por 20 meses, a um custo de R$ 557,4 milhões.
Governo trabalha em mapeamento de fauna
São José dos Campos
A duplicação do trecho de serra da Rodovia dos Tamoios ainda depende de licenciamento ambiental.
Hoje, o Estado trabalha na elaboração de um estudo sobre a fauna da Mata Atlântica que pode ser afetada.
“Estamos finalizando a questão da fauna para o Eia/Rima \[Estudo e Relatório de Impacto Ambiental\], a população migratória”, afirmou o diretor-presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço.
No anúncio do início das obras de duplicação, no final do mês passado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu o projeto do trecho de serra, o mais custoso do projeto, para o mês de novembro.
Ao todo, a Nova Tamoios deve consumir R$ 4,9 bilhões.
O custo pode ser assumido integralmente pelo Estado, que também estuda buscar financiamentos ou uma PPP (Parceria Público-Privada).
Memória. Promessa recorrente dos governos tucanos desde 1994, a duplicação da Tamoios nasceu na campanha do governador eleito naquele ano, Mário Covas, a partir de demanda apresentada por prefeitos.
Depois, ela voltou a ser prometida pelo próprio Alckmin, em 2002, posteriormente eleito, e por José Serra, em 2006, também eleito.
Clandestinos devem ficar de fora das indenizações
São José dos Campos
O governo do Estado pretende analisar individualmente os casos de desapropriação ao longo da Rodovia dos Tamoios. Contudo, o diretor-presidente da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), Laurence Casagrande Lourenço, antecipou que não serão pagas indenizações aos comerciantes em áreas irregulares.
“Quem tem direito será totalmente respeitado. Quem ocupou faixa irregular, isso não te gera direito”, afirmou.
Lourenço disse ainda que o processo de desapropriação, com início conjunto às obras, não prejudicará o andamento do projeto.
Caberá ao Estado, a partir de agora, notificar os 250 proprietários de terrenos que serão atingidos pelas desapropriações. É feita, então, uma avaliação de mercado do preço da área, que deve ser pega pelo governo ao proprietário a título de indenização.
“Nosso projeto é avançar com as negociações e termos isso finalizado já no final deste ano”, afirmou Lourenço.
“Agora, isso não significa que todas as desapropriações estarão finalizadas até lá. Se algum proprietário judicializar a questão, isso corre na velocidade da Justiça.”
Posse. No entanto, mesmo que um proprietário questione o valor da indenização paga, o Estado poderá tomar posse do terreno, segundo Lourenço.
“Mas isso não me atrasa a obra, porque tenho o critério de utilidade público. Pego o meu valor, que acho correto, e deposito em juízo e continuo em obra”, disse.
As desapropriações, segundo Lourenço, serão necessárias, principalmente, para suavizar subidas e descidas e corrigir traçados muito sinuosos.
Entre os trechos “perigosos” que serão corrigidas estão a curva do km 18, em frente à Obra Social Rosa Mística, e as curvas entre o km 26 e 28.
fonte 😮 vale