O último relatório divulgado pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo revela que atualmente o Centrode Detenção Provisória de Caraguatatuba abriga 1.156 presos. No entanto, a capacidade máxima da unidade é de 768 detentos, número que foi anunciado pelo Governo Paulista em 2008, na inauguração do CDP. Os números de maio desse ano representam o maior volume de detentos já registrado na unidade desde sua abertura, há menos de quatro anos.
Apesar do montante recorde de presos em Caraguá, os problemas de superlotação na unidade não são recentes. Logo na primeira semana de funcionamento, em julho de 2008, o CDP recebeu cerca de 600 infratores, o que já correspondia a quase 90% de sua capacidade máxima. Pouco mais de um ano depois, em meados de 2009, a situação já era de superlotação, com 15% de presos a mais do que o recomendado. Se há dois anos, o cenário já era complicado, atualmente o sinal é de alerta, com um excedente de mais de 50% de sua capacidade máxima.
O Jornal Imprensa Livre vem desde a inauguração da unidade acompanhando essa curva crescente de presos na região. Em 2010, uma reportagem trouxe à tona os primeiros problemas ocorridos no local, como a suspeita de distribuição de comidas estragadas. Além disso, escutas telefônicas promovidas pelo Ministério Público na época comprovaram que o CDP de Caraguá abrigava uma espécie de central criminosa, onde presos comandavam o tráfico na região por meio de celulares.
No início desse ano, a superlotação se intensificou e novos problemas surgiram. Um grupo de familiares de presos se revoltou com algumas medidas adotadas pela administração da unidade, como a proibição da visitação aos sábados. A atitude da direção abriu espaço para a manifestação de familiares que passaram a suspeitar de supostas agressões e maus tratos para com os detentos. Apesar dos relatos, nada foi confirmado e a visitação retomada. Embora com os problemas e do histórico de lotação, o CDP de Caraguá nunca registrou uma rebelião ou motim de detentos.
A Secretaria de Administração Penitenciária foi procurada pela reportagem e se comprometeu em responder os questionamentos sobre o estado de lotação da unidade, bem como os motivos que levam a esse cenário. Até o fechamento dessa edição a resposta oficial não havia chegado à redaçã