Cremesp institui exame obrigatório para formados em Medicina
A partir deste ano, graduados em São Paulo deverão fazer prova que fiscaliza a qualidade do ensino para adquirir o registro profissional
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) tornou obrigatória a participação em seu exame de todos os médicos recém-formados para adquirir o registro profissional. A aprovação não é necessária para adquirir o registro, somente a participação na prova. O objetivo do Conselho é fiscalizar a qualidade do ensino e ajudar as universidades a aperfeiçoarem os seus cursos.
Em sete anos de história, o exame constatou que 46,7% dos participantes saíram das faculdades despreparados, sem condições mínimas de exercer a Medicina. “Esperamos que com a divulgação desses resultados, que certamente serão ruins, a sociedade discuta a questão da qualidade do ensino. Estamos fazendo isso em defesa da sociedade. Nenhum paciente merece ser atendido por um médico mal formado”, disse o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior.
O conselho apoia e espera estimular a aprovação do projeto de lei 217/2004, do Senado Federal, que cria o Exame Nacional de Habilitação para médicos e o define como pré-requisito para o exercício da Medicina.
Todos os formados em 2012 e os médicos que ainda não tem registro no Cremesp devem fazer a prova. Estão dispensados os médicos que já possuem inscrição em outros conselhos regionais, e que solicitam inscrição secundária ou transferência para o Cremesp; médicos que já possuem inscrição ou pedido de inscrição em andamento.
Será enviado um boletim de desempenho para o participante da prova, com sua nota geral e o desempenho por área da Medicina. As faculdades também irão receber o relatório de desempenho dos seus alunos, comparado com as notas médias de todos os participantes, mas será divulgado somente o resultado geral.
Novos cursos
Em junho deste ano, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a criação de mais 2.415 novas vagas de Medicina em universidades federais e particulares. A decisão foi criticada pelo Cremesp e pelo Conselho Federal de Medicina. “Temos muita preocupação com a abertura indiscriminada de novos cursos, sem nenhuma preocupação com a formação. O Ministério da Saúde tem atuado de maneira demagógica, afirmando que o problema da saúde é a falta de médicos. Essa é uma resposta medíocre”, critica Braulio Luna Filho, primeiro-secretário do Cremesp.
Luna Filho participou de uma Comissão de Supervisão dos cursos de Medicina, formada pelo Ministério da Educação, durante a gestão de Fernando Haddad na pasta. A recomendação da equipe foi o fechamento de cursos e não abertura de novas vagas. “Temos 380 mil médicos no País, mas eles não vão trabalhar onde o governo quer, porque eles pertencem à classe média alta. Não se resolve o problema da distribuição de médicos aumentando o número de profissionais”, afirmou.
O Cremesp é o primeiro conselho regional de Medicina do País a instituir um exame obrigatório para a concessão do registro profissional. Até então, a prova aplicada era opcional e, na última edição, apenas 16% do total de formados participou da avaliação.
A entidade afirma contar com o apoio dos sindicatos, de conselhos regionais, associações médicas e de pelo menos 16 das 28 instituições de ensino superior do Estado de São Paulo que formam médicos neste anos. Outras duas faculdades ainda não formaram turmas em 2012.
Em sete anos de história, o exame constatou que 46,7% dos participantes saíram das faculdades despreparados, sem condições mínimas de exercer a Medicina. “Esperamos que com a divulgação desses resultados, que certamente serão ruins, a sociedade discuta a questão da qualidade do ensino. Estamos fazendo isso em defesa da sociedade. Nenhum paciente merece ser atendido por um médico mal formado”, disse o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior.
O conselho apoia e espera estimular a aprovação do projeto de lei 217/2004, do Senado Federal, que cria o Exame Nacional de Habilitação para médicos e o define como pré-requisito para o exercício da Medicina.
Todos os formados em 2012 e os médicos que ainda não tem registro no Cremesp devem fazer a prova. Estão dispensados os médicos que já possuem inscrição em outros conselhos regionais, e que solicitam inscrição secundária ou transferência para o Cremesp; médicos que já possuem inscrição ou pedido de inscrição em andamento.
Será enviado um boletim de desempenho para o participante da prova, com sua nota geral e o desempenho por área da Medicina. As faculdades também irão receber o relatório de desempenho dos seus alunos, comparado com as notas médias de todos os participantes, mas será divulgado somente o resultado geral.
Novos cursos
Em junho deste ano, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a criação de mais 2.415 novas vagas de Medicina em universidades federais e particulares. A decisão foi criticada pelo Cremesp e pelo Conselho Federal de Medicina. “Temos muita preocupação com a abertura indiscriminada de novos cursos, sem nenhuma preocupação com a formação. O Ministério da Saúde tem atuado de maneira demagógica, afirmando que o problema da saúde é a falta de médicos. Essa é uma resposta medíocre”, critica Braulio Luna Filho, primeiro-secretário do Cremesp.
Luna Filho participou de uma Comissão de Supervisão dos cursos de Medicina, formada pelo Ministério da Educação, durante a gestão de Fernando Haddad na pasta. A recomendação da equipe foi o fechamento de cursos e não abertura de novas vagas. “Temos 380 mil médicos no País, mas eles não vão trabalhar onde o governo quer, porque eles pertencem à classe média alta. Não se resolve o problema da distribuição de médicos aumentando o número de profissionais”, afirmou.
O Cremesp é o primeiro conselho regional de Medicina do País a instituir um exame obrigatório para a concessão do registro profissional. Até então, a prova aplicada era opcional e, na última edição, apenas 16% do total de formados participou da avaliação.
A entidade afirma contar com o apoio dos sindicatos, de conselhos regionais, associações médicas e de pelo menos 16 das 28 instituições de ensino superior do Estado de São Paulo que formam médicos neste anos. Outras duas faculdades ainda não formaram turmas em 2012.