Ministério da Marinha lança concurso de projetos arquitetônicos para nova sede da Base Comandante Ferraz
Incêndio na base em fevereiro do ano passado fez duas vítimas fatais
O governo brasileiro construirá nova estrutura para a Base Comandante Ferraz, na Antártida, destruída em incêndio ocorrido em 25 de fevereiro de 2012, vitimando dois militares. Para tanto, o Ministério da Marinha lançou nesta semana, no Rio de Janeiro, concurso com esta finalidade. Os projetos poderão ser inscritos de 28 de janeiro a 14 de março no endereço eletrônico www.concursoestacaoantartica.iab.org.br.
O concurso será aberto à participação de arquitetos brasileiros e estrangeiros associados a escritórios brasileiros. De acordo com o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), o caráter internacional visa promover o intercâmbio de conhecimento entre profissionais de diversos países e estimular a inovação tecnológica. Além disso, para que a estação incorpore todos os requisitos técnicos e ambientais, será exigida a formação de equipe multidisciplinar constituída por especialistas, sob a coordenação do arquiteto responsável pela elaboração do projeto.
Localizada na Península Keller, no interior da Baia do Almirantado, Ilha Rei George, a Estação Comandante Ferraz começou a operar há 28 anos para estudos do ambiente antártico por meio do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), programa de pesquisas do governo brasileiro. A comunidade científica que utiliza a base é formada por estudiosos de diversas áreas do conhecimento, como oceanografia, meteorologia, biologia, geologia, química e arquitetura.
Protocolo de Madri
As ações do governo brasileiro na Antártida atendem ao acordado no Protocolo de Madri, relacionado ao Tratado da Antártida sobre Proteção do Meio Ambiente, segundo o qual a região é designada como “reserva natural, consagrada à paz e à ciência, sendo que todos os países devem se comprometer com a preservação daquele meio ambiente. As pesquisas realizadas na estação destinam-se à compreensão dos fenômenos naturais do ambiente local e sua repercussão global, particularmente no Brasil. O continente influencia diretamente no equilíbrio climático de todo o planeta, constituindo-se num laboratório natural, onde é possível estudar e desvendar alguns dos segredos da atmosfera, dos mares e da vida na Terra.
O complexo brasileiro destruído pelo fogo tinha cerca de 2.600 metros quadrados de área construída, incluindo laboratórios, oficinas, garagens para lanchas e embarcações, biblioteca e enfermaria. No momento do incêndio, estavam na base 15 militares, 30 pesquisadores, um alpinista que presta apoio às atividades de pesquisa e um representante do MMA. O incêndio ocorreu na praça de máquinas, onde ficavam os geradores de energia. (C.L)
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