Romarinho confirma fama em clássicos e garante empate contra o Palmeiras
Em ótimo jogo, Palmeiras saiu atrás do Corinthians, virou em falha de Cássio, mas viu carrasco brilhar de novo. Foi seu quarto gol em três confrontos contra o rival corintiano
Gazeta |
A torcida do Corinthians gritava por Romarinho antes mesmo de o clássico deste domingo começar. O atacante reserva provou que a idolatria não era sem motivo. Após anotar três gols nos dois clássicos anteriores contra o Palmeiras, ele garantiu o empate por 2 a 2 no Pacaembu, em jogo que teve falha do goleiro Cássio.
Favorito por causa do melhor momento, o Corinthians abriu o placar aos 18 minutos do primeiro tempo, com Emerson, que não marcava um gol desde o dia 10 de outubro de 2012. O Palmeiras mostrou poder de reação e empatou com a cabeça do recém-chegado Vilson. No segundo tempo, Cássio, em seu primeiro jogo no ano, falhou feio e permitiu que Vinicius virasse o clássico. Aos 27, Romarinho chutou forte e sacramentou o resultado.
O empate deixa Corinthians e Palmeiras ainda iguais na tabela de classificação do Campeonato Paulista, ambos com 13 pontos ganhos. O time do Parque São Jorge estreará na Copa Libertadores da América contra o boliviano San José na quarta-feira, fora de casa. Depois, no domingo, visitará o Bragantino. O do Palestra Itália receberá o União Barbarense no mesmo dia, pelo Paulistão.
O jogo
Sem novidades táticas em relação aos seus últimos jogos, Corinthians e Palmeiras tinham como maior diferencial a confiança para entrar em campo. Diante do atual campeão da Libertadores e mundial, o time que acaba de ser rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro tentava igualar o duelo na vontade. E sofreu inicialmente por só ter isso.
A forma como o clássico poderia ser disputado ficou clara logo com dois minutos, quando Patrick Vieira acertou o tornozelo de Emerson quando o atacante já estava sem a bola. O lance provava que não faltava raça aos comandados de Gilson Kleina. Mas os chefiados de Tite tinham mais tranquilidade para impor sua qualidade, e dominaram completamente o jogo por quase meia hora.
Mesmo com vontade, a zaga do Verdão estava desatenta demais, e a equipe passou por uma pressão logo aos oito minutos. Guerrero tocou de letra e Henrique cortou, mas Mauricio Ramos na dominou e Paulinho deixou para Jorge Henrique acertar o travessão. Enquanto os palmeirenses ainda procuravam a bola, Emerson aproveitou o rebote e só não fez por Fernando Prass executou bela defesa.
Sem referência no ataque e perdido na marcação, o time do Palestra Itália tinha suas raras aparições na frente atrapalhadas por Wesley, que prendia demais a bola e chutava para fora. O mesmo não ocorria com o Corinthians, que trocava passes e sempre encontrava alguém livre, como aos 15 minutos, quando o desmarcado Fábio Santos cruzou para Paulinho, sozinho, balançar as redes pelo lado de fora.
O gol corintiano, enfim, saiu em mais uma falta desnecessária em Emerson. Aos 17 minutos, Mauricio Ramos deu um carrinho no atacante e, na cobrança de falta, mais uma troca de passes na área palmeirense. Desta vez, Paulo André ajeitou para Emerson bater no canto direito de Prass e fazer seu primeiro gol desde 10 de outubro.
Quatro minutos após o gol, Guerrero, também desmarcado, também acertou a trave de Prass. Os corintianos pareciam convictos de que eram superiores. Paulinho personificou isso atuando como se atuasse em um jogo de várzea, chegando a esperar com a bola no pé que Jorge Henrique amarrasse sua chuteira e ainda pegar a bola na mão após dar um chapéu em Wesley e ter seu pé de apoio atingido. Nem esperou o árbitro apitar.
Era tanta convicção que o Timão ficou prejudicado. E o Palmeiras, com vontade do início ao fim, passou a encontrar espaços para se aproveitar da defesa corintiana, que estava tão certa de sua superioridade quanto má posicionada. Assim, aos 27, Patrick Vieira correu nas costas da zaga para receber de Vinicius e fazer Cássio trabalhar.
Se Sheik era caçado e tinha aberto o placar, Souza era a figura palmeirense, correndo por todos os lados, cobrando faltas e escanteios e cobrando principalmente Wesley a tocar a bola. O Corinthians demorou a perceber que os empenhados adversários poderiam balançar as redes.
Quando Wesley, enfim, levantou a cabeça, o empate ocorreu. O meio-campista colocou a bola na testa de Vilson, que se antecipou à marcação para balançar as redes e, ao lado de Patrick Vieira, comemorar mostrando o símbolo de sua camisa para a torcida corintiana. Os fãs do anfitrião retribuíram com gritos de “segunda divisão” e cantando que “desses porcos” seu time tem que ganhar.
Mas, nos minutos restantes até o intervalo, os comandados de Tite não se acertaram a ponto de voltarem a ser superiores. E o Palmeiras foi criando chances, até balançando as redes em lance no qual Patrick Vieira estava impedido. Mas faltava qualidade ao Verdão e maior senso coletivo de Wesley, que se mostrou egoísta ao chutar para fora quando tinha colegas livres ao lado.
O jogo, porém, não mudou na volta do intervalo. A diferença foi que Cássio, em seu primeiro jogo desde quando se consagrou na conquista do Mundial, falhou. Aos oito minutos, o goleiro furou ao tentar cortar cruzamento de Wesley e coube a Vinicius cabecear para o gol e virar o placar para o Palmeiras.
Foi quando o Corinthians, enfim, acordou. Inclusive Tite, que enfim mexeu no time e atendeu à torcida colocando em campo Romarinho, decisivo com três gols nas vitórias corintianas nos dois últimos clássicos. Foi iniciada uma nova pressão alvinegra, desta vez com a estrela do atacante.
De tanto tentar, o Timão empatou. E com um nome previsível. Aos 27 minutos, após lançamento de Cássio para o ataque, Pato dominou a bola para Paulinho, que devolveu para o atacante tocar para Romarinho. E o algoz do Verdão chutou forte no canto para garantir o empate.
Aparentemente satisfeito com o resultado, o Palmeiras, que seguia sendo prejudicado pelo egoísmo de Wesley quando atacava, fez tudo para se segurar. E teve eficiência. Com sentimento de alívio, embora sem conseguir a vitória pela qual lutou até o apito final, o Corinthians, ao menos, ratificou a condição de um herói no elenco em clássicos, mesmo com Paulinho perdendo uma chance de voleio, já nos acréscimos.
FICHA TÉCNICA – CORINTHIANS 2 X 2 PALMEIRAS
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 17 de fevereiro de 2012, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Rogério Batista do Prado (SP)
Assistentes: Anderson José Coelho e Ricardo Pavaenelli Lanutto (ambos de SP)
Assistentes adicionais Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza e Flávio Rodrigues Guerra (ambos de SP)
Público: 34.010 pagantes (total de 36.072 )
Renda: R$ 1.139.287,50
Cartões amarelos: Jorge Henrique, Emerson e Romarinho (Corinthians); Mauricio Ramos (Palmeiras)
Gols: CORINTHIANS: Emerson, aos 18 minutos do primeiro tempo, e Romarinho, aos 27 minutos do segundo tempo; PALMEIRAS: Vilson, aos 29 minutos do primeiro tempo, e Vinicius, aos 8 minutos do segundo tempo
CORINTHIANS: Cássio; Alessandro (Romarinho), Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Jorge Henrique e Danilo (Renato Augusto); Emerson e Guerrero (Alexandre Pato)
Técnico: Tite
PALMEIRAS: Fernando Prass; Weldinho, Henrique, Mauricio Ramos e Marcelo Oliveira; Vilson e Márcio Araújo; Souza, Wesley (Caio), Patrick Vieira (Charles) e Vinicius (Ronny)
Técnico: Gilson Kleina