Chuva deixa 600 desabrigados na Costa Sul e prefeito de São Sebastião decreta estado de calamidade pública
A Defesa Civil informou que o acumulado de três dias foi de 111,4 milímetros de chuva, deixando a cidade em estado de atenção
Acácio Gomes
Mas um fim de semana de caos em São Sebastião por contas das fortes chuvas que atingiram a cidade. Segundo a Defesa Civil, pelo menos 600 pessoas estão desalojadas em diversos bairros da Costa Sul.
O prefeito de São Sebastião Ernane Primazzi, (PSC), lamentou a situação dos munícipes que foram prejudicados e decretou estado de calamidade pública. “Nos solidarizamos com todos aqueles que mais uma vez estão sofrendo com a chuva. A Prefeitura não medirá esforços para auxiliar as famílias e buscará recursos junto ao governo estadual para tentar acabar com esses problemas”, declarou.
A situação mais crítica foi registrada no bairro do Cambury, onde estão as comunidades do Areião e Lobo Guará, que juntas contabilizam pelo menos 350 pessoas desabrigadas.
A maioria das famílias desabrigadas se dirigiu para a casa de parentes. Já pelo menos 20 famílias estão no Ginásio Municipal de Boiçucanga. Equipes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e do Samu ajudaram no apoio às vítimas.
A Defesa Civil também contabilizou pessoas desabrigadas nos bairros de Maresias, Boiçucanga e Baleia. Além da chuva, algumas comunidades registraram queda de energia e interrupção no fornecimento de água.
Em algumas ruas de Maresias e Boiçucanga, a altura da água chegou a um metro e meio. Em Boiçucanga, de acordo com a Defesa Civil, o índice pluviométrico registrado por volta das 13h foi de 79 milímetros e causou, inclusive, a derrubada de casas. Uma delas ficava bem no início da Estrada Beira Rio.
“Até em Barra do Una que não imaginávamos que poderia ter problemas, são pelo menos 20 pessoas desabrigadas. A Costa Sul está um caos. Estamos usando lanchas e botes emprestados. O número de desabrigados aumenta a cada hora e a previsão é de que a chuva intensa continue nos próximos dias”, esclarece o chefe da Defesa Civil, Carlos Eduardo dos Santos.
Segundo a Defesa Civil, houve três deslizamentos de terra no Morro do Esquimó, em Juquehy. Contudo, ninguém se feriu e nenhuma casa foi atingida. O lugar, onde residem dezenas de famílias, é constantemente monitorado por se tratar de área de risco.
Além disso, o órgão registrou sete quedas de barreira na SP-55 (Rio Santos) no trecho entre os bairros de Calhetas e Boiçucanga, provocando a interrupção de meia pista ou pista inteira ao longo de pelo menos 20 km.
A serra entre Maresias e Boiçucanga ficou interditada por aproximadamente seis horas nos dois sentidos por conta da queda de barreira e de inúmeras árvores. Funcionários da Defesa Civil, do DER, da Secretaria de Administrações Regionais (Seadre) e da Polícia Rodoviária Estadual ajudaram na remoção da terra e das árvores. Muitos motoristas ficaram parados no trânsito a espera da liberação da pista.
A Defesa Civil informou que o acumulado de três dias foi de 111,4 milímetros de chuva. Porém, o esperado para todo o mês de março foi de 173 milímetros de chuva. E a expectativa não é animadora, pois há um alerta da Defesa Civil do Estado que a chuva continuará intensa pelo menos até nesta quarta-feira (20/3).
O chefe da Defesa Civil de São Sebastião, Carlos Eduardo dos Santos, solicita apoio dos moradores da Costa Sul que possuem embarcações de pequeno porte. “Em alguns bairros a água está baixando, mas outros bairros a situação é complicada, por isso precisamos saber quem pode nos ajudar nos casos de emergência”, solicita.
Outras cidades
Embora a chuva seja intensa, não houve ocorrências nas cidades de Ilhabela e Ubatuba. Porém, em Caraguá, houve pontos de alagamento em diversos bairros, entre eles, Perequê-Mirim, Porto Novo, Jardim Britânia e boa parte da região central.
Muitos moradores acabaram ficando ilhados, pois a altura da água chegava a quase dois metros, como o problema relatado pelo aposentado Sebastião Pires de Morais, 53 anos, morador da Rua José Fernandes Nunes, no Perequê-Mirim.
“Estamos sem poder sair de casa. Toda vez que chove, a rua alaga. Tem um tubo quebrado na rua há quatro meses e ninguém arruma. Com isso, não há vazão para a água. Gostaríamos que as autoridades verificassem o problema”, disse.
Fotos: Helton Romano/IL
fonte imprensa livre