Presidente da Dersa diz ser inviável alteração no horário de interdições da Tamoios para atender universitários
Acácio Gomes
Há mais de um mês, os estudantes universitários do Litoral Norte aguardam uma definição da Dersa sobre a possibilidade de mudanças no horário de interdição das obras da Rodovia dos Tamoios.
Os estudantes solicitam que a interdição da 0h às 4h30 seja adiada em 30 minutos, ou seja, que passe da 0h30 às 5h nos seguintes trechos: do km 15,5 ao 28,5 e do km 47,5 ao 57,5.
Em resposta encaminhada à Câmara de São Sebastião ao ofício do vereador Gleivison Gaspar, o Professor Gleivison (PMDB), a Dersa rechaçou a ideia de mudanças no horário de interdição da madrugada.
“Devido ao grande volume de trabalho torna-se inviável a alteração do horário de interdição solicitada, pois qualquer atraso imprevisto na liberação da Rodovia ao tráfego produziria transtornos indesejados ao trânsito”, cita em resposta o diretor presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço.
A resposta causou indignação no vereador, que usou a tribuna na Câmara de São Sebastião para criticar a empresa.
“Sim, e os prejuízos aos universitários? A empresa precisa ser mais humana. Estamos falando em meia hora, imagina os alunos em dias de prova. Ninguém esta aí com nada. A Dersa quer que a gente se exploda, assim como as pedras. Vou ao Ministério Público e espero que o órgão compre a briga dos estudantes”, disse o parlamentar.
A saga dos estudantes tem sido grande, já que muitos saem de faculdades em São José dos Campos e Taubaté por volta das 22h45 e ainda enfrentam trânsito nas unidades educacionais, o que atrasa ainda mais o percurso até a rodovia.
Não bastasse isso, os ônibus acabam chegando depois da meia noite, ou seja, já com parte do trecho da obra interditado. Alguns deles, inclusive, já chegaram a dormir na rodovia, a espera da liberação.
Ação
Cansados da espera, uma ação foi impetrada com pedido de liminar pela União dos Estudantes do Litoral Norte contra a Dersa.
“O órgão não quer dialogar com os estudantes. O documento seguirá o mesmo teor da ação movida pelo Ministério Público de Paraibuna contra a Dersa e que pediu alteração na interdição diurna das obras no trecho de Planalto”, disse em recente entrevista ao Imprensa Livre o coordenador da União dos Estudantes do Litoral Norte, Hélio Pedro Monteiro Filho, 21 anos.
Anteriormente o horário de paralisação da rodovia era das 12h às 14h e com a decisão da Justiça de Paraibuna a interdição é realizada desde a semana passada das 13h30 às 15h30.
Caraguá entra na discussão
Depois de São Sebastião, a Câmara de Caraguá também entrou na discussão para tentar ajudar os estudantes.
Nesta semana, um requerimento do vereador Júlio Alves (PSB) foi aprovado por unanimidade questionando a Dersa quanto à programação diária das obras.
“Queremos saber se as interdições são definitivas ou alternativas. Tivemos conhecimento das reclamações dos estudantes e queremos saber quais medidas serão tomadas. Fiquei sabendo que os estudantes passam à madrugada nos ônibus”, disse.
Já a vereadora Vilma Teixeira (PSDB) foi além, criticando as informações contidas no site da autarquia.
“São informações erradas. Entrei no site e verifiquei que constava interdição como sendo 14h. Subi a serra, pois tinha compromisso, e cheguei ao local da interdição às 13h30 e a rodovia estava fechada. Resultado, fiquei esperando a liberação e perdi meu compromisso”, citou.
No início deste mês, a Dersa informou por meio da assessoria de imprensa que o pedido dos estudantes foi encaminhado para diversos setores, já que qualquer alteração precisa ter o aval da autarquia, das empresas terceirizadas, do consórcio que a administra a obra da Polícia Rodoviária Estadual.
Em novo contato com a assessoria de imprensa, a Dersa informou na semana passada que nenhuma alteração de horários está prevista.