Para o vereador, a criação da guarda ajudaria o trabalho dos fiscais da Secretaria de Urbanismo a conter a ocupação desordenada
Os vereadores de Caraguá aprovaram na sessão desta semana um requerimento, de autoria do parlamentar Elizeu Onofre da Silva, o Ceará da Adega (PR), que propõe a criação da Guarda Ambiental Municipal. A ideia de Ceará da Adega é que com a criação da corporação o município passe a ter mais uma ferramenta especializada em fiscalização nas áreas de interesse ambiental.
“Podemos pegar, como exemplo, o município de Macaé, no Rio de Janeiro, onde a equipe trabalha em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, impedindo a poluição das águas, invasões de áreas ambientais, desmatamentos, queimadas e cortes irregulares de árvores. Caraguá sofre com invasões e construções clandestinas. A criação da guarda ajudaria o trabalho dos fiscais da Secretaria de Urbanismo a conter essa ocupação desordenada”, cita o vereador. Ele comentou também que a guarda ajudaria, inclusive, empresas privadas. “Existem empresas que dependem e muito das questões ambientais, por isso precisamos preservar. A Sabesp, por exemplo, precisa de um plano de segurança das águas para preservar as fontes de captação. Hoje entendo que o crescimento só valerá a pena se for forma sustentável”.
Dados
Segundo a Defesa Civil do município, são pelo menos 19 áreas consideradas de risco de escorregamento de terra, sendo a situação mais grave os núcleos Casa Branca/Olaria e Rio do Ouro/Jaraguazinho. Nos 19 núcleos de adensamento vivem aproximadamente 1,6 famílias de baixa e alta renda (6,4 mil pessoas) e a Defesa Civil trabalha baseada no mapeamento de risco desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). São apenas seis agentes da Defesa Civil monitorando as áreas e identificando os pontos e seus graus de risco. Assim como os outros municípios do Litoral Norte, Caraguá também sofre com um número reduzido de fiscais. São equipes divididas em cinco setores, totalizando 12 fiscais para todo o município.
“Hoje melhoramos muito, pois realizamos uma força tarefa que envolve a Secretaria de Urbanismo, a Secretaria de Habitação e a Defesa Civil. Mas às vezes a ação é complicada, precisando até de apoio policial para impedir uma nova invasão. São pessoas que não pagam água, não pagam luz, não tem registro do terreno”, relata José Benedito da Silva, diretor de Fiscalização de Urbanismo.
Ele acredita que a denúncia é fundamental para coibir novas invasões. E isso pode ser feito pelos telefones (12) 3886-6060 ou pelo 199 da Defesa Civil. (A.G.)
Foto: Jorge Mesquita/IL