Vencedora do Prêmio Nobel de literatura de 2007 e autora de sucessos como The Golden Notebook e The Grass Is Singing, Doris Lessing morreu aos 94 anos de idade neste domingo (17), de acordo com o jornal britânico The Guardian. Horas antes, a notícia surgiu no Twitter pela conta da também autora Lisa Appignanesi.
As primeiras reações vieram da comunidade literária. A autora e crítica Lisa Jardine escreveu sobre “a grade perda” de Doris. Já a agente Carole Blake a descreveu como uma “escritora e mulher surpreendente”.
Nascida em 22 de outubro de 1919, foi batizada como Doris May Tayler, no Curdistão Iraniano, parte do Reino da Pérsia, onde viveu até os 6 anos de idade. Filha do capitão Alfre Tayler e Eily Maude Tayler, ambos cidadãos britânicos.
Em sua carreira, Lessing produziu mais de 50 romances que contemplavam assuntos diversos, partindo do campo político até a ficção científica. A autora ganhou diversos prêmios literários ao longo de sua carreira e marcou um episódio curioso em 2007, quando recebeu o prêmio Nobel de Literatura.
Ao ser abordada em frente de sua casa por um repórter questionando sua reação ao prêmio, ela se espantou, já que não havia recebido a notícia. Para a surpresa dos representantes locais da mídia, a autora respondeu com um efusivo: “Cristo”. Desinteressada pelo prêmio, chegou a questionar outro repórter: “Bem, me diga o que vocês querem que eu fale, que eu lhes digo”.
Durante as décadas de 50 e 60, grande parte de suas publicações retrataram a África e a opressão política e econômica que destruia o continente. Suas posições políticas renderam polêmicas entre os líderes locais, mas denunciaram a situação de diversos países para o resto do planeta.
Já na década de 70 e no início da década de 80, abordou temas mais familiares e se aprofundou na compreensão do universo feminino. Logo se tornou cultuada no segmento e admirada pelas leitoras.
A mudança de temas fez com que Lessing tivesse grandes variações nos tópicos escolhidos, mas que sempre retornavam ao campo político, como em A Terrorista, de 1985, que lhe deu o prêmio WH Smith, ou The Wind Blows Away Our Words, de 1987.