Câmara solicita a Prefeitura mais 3 meses de auxilio aos maricultores
Acácio Gomes
Os vereadores de Caraguá prometem lançar uma ofensiva contra a Transpetro por conta da demora quanto ao pagamento de indenizações aos maricultores do município que foram prejudicados por conta da contaminação da Fazenda da Cocanha.
Em abril do ano passado, a área foi atingida por um vazamento de óleo ocorrido nas instalações do Terminal Aquaviário Almirante Barroso (Tebar), no Canal de São Sebastião. Cerca de 150 toneladas foram perdidas e desde então os maricultores sobrevivem com o auxílio emergencial pago pela Prefeitura de Caraguá.
Os vereadores usaram os microfones na sessão desta semana para tecer críticas a postura da subsidiária. “Se não fosse a Prefeitura de Caraguá, a situação dos maricultores seria pior. O Executivo está fazendo aquilo que a Transpetro não faz”, disse o líder de governo, vereador Celso Pereira (DEM).
Já o vereador Cristian Alves de Godoi, o Baduca Filho (PDT), foi além e propôs retaliações para a empresa. “Vamos impor sanções a Transpetro. Vamos cobrar da prefeitura, pois ela está fazendo algo que não é de sua competência”.
O presidente da Câmara, José Mendes de Souza Neto, o Neto Bota (PSD), relatou a situação vivida pelos maricultores. “Maricultores só não passam fome porque estão indo trabalhar na construção civil. A Transpetro está mentindo. Hoje o maricultor está humilhado, antes éramos a segunda maior fazenda do Brasil. Os trabalhadores estão hoje passando fome”, ressaltou.
Ao final da discussão, os vereadores foram informados que tramita na Câmara uma Moção de Repúdio contra a Transpetro por conta do vazamento de óleo e pelo descaso na solução da questão dos maricultores. O autor da proposta é o vereador Aurimar Mansano (PTB).
Auxílio
O assunto veio à tona justamente na votação do projeto que estende por mais três meses o auxílio de dois salários pagos pela municipalidade aos maricultores.
Inicialmente, a Prefeitura de Caraguá havia anunciado que o repasse seria por mais seis meses, mas a administração municipal constatou que três meses são suficientes para aquisição de todos os equipamentos e materiais, bem como retorno do cultivo na Fazenda de Mexilhões da Cocanha.
Segundo a municipalidade, o benefício, que tem previsão de ser pago a partir do mês de março, não estava previsto para este ano no orçamento. “Por isso, a Prefeitura encaminhou à Câmara projeto de lei de suplementação de crédito que, após aprovação, será regulamentado por um decreto municipal, que vai fixar o valor de dois salários mínimos por um período de três meses aos maricultores que foram afetados pelo derramamento de óleo no ano passado”, afirmou a prefeitura.
Segundo o projeto de abertura de crédito adicional ao orçamento, o valor destinado ao auxílio será de R$ 78.192,00. A proposta deverá ser votada em regime de urgência especial na Câmara.
Foto: Acácio Gomes