fonte Imprensa Livre
Acácio Gomes
O presidente da Comissão de Assuntos Relevantes (CAR) dos Contornos da Câmara de Caraguá, vereador Elizeu Onofre da Silva, o Ceará da Adega (PR), usou a tribuna nesta semana para garantir que o Legislativo vai acompanhar de perto a questão do pagamento de indenizações aos moradores afetados pelas obras do Contorno Sul no bairro do Tinga.
Em toda a cidade, incluindo Contornos Norte e Sul, de acordo com dados oficiais divulgados pela Dersa, serão afetadas 361 famílias, além da desapropriação de 156 imóveis. Somente no Tinga, 230 famílias deverão ser atingidas.
Recentemente, laudos sociais foram apresentados para alguns moradores do Tinga e apontam valores bem abaixo do que eles imaginavam, o que gerou revolta da comunidade.
“Na região do Caputera e Rio do Ouro os moradores aceitaram tranquilamente. Mas a Dersa está agindo na região do Tinga por conta da documentação mais complicada”, disse o vereador Ceará da Adega. Segundo ele, as indenizações mais baixas obrigam a pessoa a optar por uma casa própria e que a Dersa ainda não tomou a decisão para onde irão. “São indenizações que não compensam e as pessoas optam por reassentamento, mas não tem previsão da construção das casas populares. Estou preocupado com a situação, a população está apreensiva. A Dersa tinha o compromisso do aluguel social, mas até agora nada”, ressaltou.
Já o vereador Agostinho Lobo de Oliveira, o Lobinho (PSDB), contestou a informação afirmando que as pessoas estão contentes com o pagamento das indenizações.
“Recebi pessoas na minha casa que estão recebendo bem. Não tem reclamação até o momento. O que eu sei que, mesmo indenizados, muitos querem o terreno prometido pela Prefeitura. O prefeito disse que vão receber o terreno aqueles moradores que receberem uma indenização mais baixa”.
Já o vereador Cristian Alves de Godoi, o Baduca Filho (PDT), disse que a luta das indenizações deve ser travada pela CAR dos Transtornos, mas também mostrou preocupação com a questão dos empregos. “Prometeram que iriam empregar trabalhadores da cidade e das áreas afetadas e estamos esperando por isso”, disse.
Laudos
Em recente entrevista ao Jornal Imprensa Livre, o gerente da Divisão de Gestão Social da Dersa, Luciano Dias, afirmou que os laudos apresentados atestam realmente o que foi feito de benfeitoria pelo morador.
“Os laudos se referem ao imóvel, já que os moradores não possuem posse da terra. Se fosse seguir a lei da desapropriação, eles não teriam direito de receber, mas o Estado não fará isso. O que avaliamos são as benfeitorias em cima da terra”, explicou. Em relação aos valores baixos dos laudos, o gerente esclareceu que 79 foram emitidos na região do Tinga e somente quatro deles ficou abaixo dos R$ 10 mil.
“A média foi entre R$ 60 e R$ 100 mil o valor proposto. Tivemos imóveis que o valor foi de R$ 197 mil. Apenas um caso em que tivemos o valor de R$ 3,5 mil, mas trata-se de uma edificação de 19 metros quadrados, onde um senhor vivia em um cômodo. Vale ressaltar que existe um prazo de contestação do laudo, que é de 15 dias. Poucas pessoas discordaram do laudo”, afirma.
Ainda sobre a questão do laudo, o gerente disse em que casos que os valores apresentados abaixo de R$ 10 mil, a própria Dersa indica para que o morador opte por uma unidade habitacional.
“Aí o morador não recebe a indenização, mas recebe o aluguel social para morar em uma casa até que a unidade habitacional fique pronta. E o pagamento do aluguel social é por prazo indeterminado. Além disso, todo morador que for removido tem direito a R$ 350 como um apoio para realizar a mudança dos pertences”.