Fonte Imprensa Livre
Vereadores aliados fazem carta de apoio e recuo do governo do Estado podem ser os fatores que ajudaram na decisão
Mara Cirino
Um dia após anunciar que deixaria a administração de Caraguatatuba dentro de 90 dias, em caráter irreversível, o prefeito Antonio Carlos da Silva (PSDB) admitiu no último sábado que permanece no cargo, junto com seu filho Antonio Carlos Junior, que é vice-prefeito, até o fim de seu mandato, em 2016.
O anúncio foi feito durante café da manhã realizado na residência do vereador Aurimar Mansano e contou com a presença de 11 parlamentares – Aurimar, Celso Pereira, Cristian Alves de Godoi (Baduca), Júlio Alves, Vilma Teixeira, Petronilio Castilho dos Santos (Loro), Eliseu Onofre da Silva (Ceará da Adega), Pedro Ivo de Sousa Tau, Francisco Carlos Marcelino (Carlinhos da Farmácia), Oswaldo Pimenta de Mello Neto (China) e Agostinho Lobo de Oliveira (Lobinho). Também participaram os secretários de Esporte Nivaldo Alves, de Meio Ambiente Auracy Mansano e o Assessor Parlamentar Lúcio Fernandes.
Na ocasião, foi levada uma carta a Antonio Carlos, assinada por todos eles e encabeçada pelo vereador Alves, a pedido do secretário Nivaldo que é seu parente.
Segundo o anfitrião, todos pediram que o prefeito reconsiderasse e não abandonasse a cidade que sofreria com o viés da renúncia com data agendada. Nesse meio tempo, conforme Aurimar, Antonio Carlos ainda recebeu telefonemas do governador Geraldo Alckmin e do senador Aloysio Nunes, ambos de seu partido, para que não abandonasse o posto.
Fontes revelam que nesse bate-papo com o governador ele teria recebido a notícia de que haverá mais empenho por parte do Estado, especialmente quanto à desapropriação da Casa de Saúde Stella Maris e em relação à agilidade para a implantação do Hospital Regional no município. Esse distanciamento do governo teria sido um dos motivos do anúncio do prefeito na última sexta-feira.
Reflexo
A ausência do presidente da Câmara, José Mendes de Souza Neto, o Neto Bota (PSDB), foi um dos destaques do café, e segundo informações obtidas, o prefeito teria mandado um recado a eles, dizendo: “fala para aquele moço que ele pode guardar o paletó que não vai ser dessa vez que vai assumir”.
Na linha sucessória, com o então anúncio da renúncia de Antonio Carlos e de Junior, Neto Bota seria o prefeito interino e responsável por convocar uma nova eleição. Dessa forma, o clima teria esquentado após a declaração de Antonio Carlos. Também não aderiram ao movimento “Fica Prefeito” os parlamentares Nilson Lopes da Silva (Nenzão), Wenceslau de Souza Neto (Lelau) e Renato Leite Carrijo de Aguilar (Tato Aguilar) único opositor assumido ao atual governo.
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Na última sexta-feira o prefeito Antonio Carlos se reuniu com os secretários municipais em comemoração ao seu aniversário de 57 anos e também para informar aos presentes que deixaria o cargo em 90 dias, e que para isso queria que todos se preparassem para deixar a casa em ordem de forma que pudesse fazer uma prestação de contas à população e deixasse tudo pronto para uma transição.
Entre os motivos citados na ocasião apontou desgaste com o governo do Estado, cobranças da justiça, atual situação da política e do político do Brasil. Citou ainda que “hoje, todo político é bandido. É difícil ficar na política quem tem algo a perder…”. “Daqui a pouco só vai ter bandido na política”.
Ainda na sexta-feira, os secretários ficaram de fazer um movimento para que ele não abandonasse o posto, como disse Lúcio Fernandes. “Um comandante não abandona o barco”, teria dito no encontro fechado.
Durante o fim de semana o prefeito foi procurado para falar sobre essa mudança de plano, mas não foi localizado. A informação de sua Assessoria de Comunicação é que ele estaria em São Paulo e hoje deve convocar uma coletiva com a imprensa para expor a situação. O horário desta coletiva não havia sido definido até o fechamento dessa edição.
Foto: Divulgação