
ELEIÇÕES 2014
Denúncias envolvendo a Petrobras prometem sacudir a eleição
Informações prestadas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa abalam a campanha de Dilma
“Se eu falar, não vai ter eleição”, avisou Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras preso em março na Operação Lava Jato. Agora Costa começou a falar. Faltando menos de um mês para as eleições, é improvável que elas sejam canceladas, mas o depoimento de Costa pode afetar seu resultado.
De acordo com reportagens publicadas na revista Veja e no jornal Estado de S. Paulo, Costa, que dirigia a divisão de refino da Petrobras entre 2004 e 2012, acusou mais de 40 políticos de envolvimento em um vasto esquema de propina.
A lista inclui supostamente um ministro, três governadores, seis senadores e dezenas de deputados do partido da presidente Dilma, além de vários aliados da sua coalizão. Os beneficiários são acusados de terem embolsado 3% do valor dos contratos firmados com a Petrobras em troca de apoio ao governo em votações do Congresso. Aécio Neves chamou o caso de “mensalão dois”.
No mensalão original, o então presidente Lula conseguiu conquistar a reeleição um ano após o escândalo envolvendo seu governo vir à tona. Dilma pode não ter a mesma sorte. Lula teve um ano para se livrar do escândalo. Dilma tem menos de um mês.
O caso reaviva memórias das falcatruas do PT que a presidente vinha se esforçando para enterrar. Pior, se as acusações de Costa se confirmarem, o esquema terá acontecido debaixo do nariz de Dilma, primeiro como ministra de Energia de Lula, depois como presidente do conselho da Petrobras. A campanha, redefinida uma vez pela trágica morte de Eduardo Campos, acaba de ser sacudida novamente.