Brasil é o terceiro país que mais abre frentes de coletores solares no mundo
Organização fundada em 1974 e que opera em 29 países para garantir fontes confiáveis de energia, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) acaba de divulgar seu relatório anual Solar Heat WorldWide, edição de 2016. O estudo reúne dados sobre o desempenho do setor em 61 países, a energia produzida, contribuições ao meio ambiente por emissões evitadas e a quantificação da área ocupada por coletores solares em diversos países. Pelo ranking, o Brasil ocupa o 3° lugar em capacidade instalada adicionada – no ano pesquisado de 2014. Em outras palavras, é o terceiro país que mais abre frentes de coletores solares no mundo.
A contribuição brasileira ao meio ambiente em 2014 foi de 2,5 milhões de toneladas de emissões evitadas de CO2. O país é também, referência em capacidade instalada adicionada no ano com novos 1.009 MWth (Mega Watts Térmicos) – número impressionante se considerada a capacidade dos coletores solares em operação nos últimos 25 anos (2.712 MWth).
O país mostra ser o mais constante e dinâmico de todas as regiões econômicas apuradas, uma vez que os 61 países estudados no relatório representam 4,5 bilhões de pessoas – cerca de 63% da população mundial – e 95% da capacidade instalada do total do mercado de aquecimento solar global. Na América Latina, ainda se pode destacar o desempenho do México e do Chile.
De acordo com o IEA, o segmento soma 586 milhões de metros quadrados de área instalada de coletores solares em operação. A maioria concentra-se na China e no continente europeu que, juntos, representam 82,1% do total da capacidade instalada.
Dos dez maiores mercados em 2014, a ensolarada Austrália caiu 21,1%, a China – acredite – despencou 17,6%, seguida por Israel (–13,4%), Alemanha (–9,8%) e a Turquia (–0,8%). O Brasil obteve crescimento de 4,5%, a Índia (+7,0%), o México – com 18,2% de crescimento, sem ultrapassar a capacidade instalada brasileira – e a Grécia (+19,1%), ficando os Estados Unidos (+0.9%) com o crescimento mais modesto.
“Estes números mostram o potencial do nosso mercado e a relevância da produção brasileira no cenário mundial”, destacou Amaurício Gomes Lúcio, presidente do Departamento Nacional de Energia Solar Térmica (Dasol), em recente entrevista coletiva.
O número de empregos gerados pelo setor em 2014, incluindo produção instalação e manutenção, alcançou a marca dos 730.000 postos. O que – numa época de desemprego – não pode ser considerado banal.
*Claudio Carneiro é jornalista e parceiro do Opinião e Notícia