A Prefeitura de Caraguatatuba está na luta contra o mosquito transmissor da dengue, o Aedes Aegypti. Em 2019 já foram confirmados na cidade 176 casos positivos da doença e outros 34 ainda aguardam investigação.
Para isso, a Secretaria de Saúde definiu várias estratégias para diminuir os avanços da doença e de possíveis criadouros. A preocupação é grande, pois no Norte do Estado de São Paulo existem cidades com mais de cinco mil casos positivos da doença, como Araraquara e Bauru.
Na próxima semana, estará em Caraguatatuba a Carreta da Saúde que será levada aos principais bairros com maior incidência de casos positivos da doença. Dentro do veículo, a Prefeitura terá profissionais para atender a população com sintomas da doença e colher os exames necessários para identificar se o caso é positivo ou não para dengue.
Além disso, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) montaram uma estrutura para também acolher os pacientes com suspeita da doença.
As unidades funcionam das 7h às 17h e o paciente deve se dirigir ao local em caso de sintomas (dor de cabeça forte, calafrio, mialgia, febre, vômito e diarreia). Os profissionais atendem e já colhem o exame para contagem de plaquetas. Um motoboy fica à disposição para levar e buscar os exames num intervalo de até 2 horas.
Além disso, o mesmo procedimento é adotado no Pronto Atendimento do Massaguaçu ou na UPA do Centro no período de 24 horas.
Casas abandonadas
Outra linha de trabalho da Prefeitura de Caraguatatuba é acionar judicialmente proprietários de casas ou terrenos abandonados, que contribuem para a proliferação de larvas do mosquito.
“Após identificarmos estes locais pelo drone ou por denúncias, enviamos um relatório para a Secretaria de Assuntos Jurídicos que, imediatamente, pede uma liminar no Judiciário para entrar no imóvel”, destaca o secretário de Saúde, Amauri Toledo.
Outra ação adotada pela Prefeitura é a nebulização nos bairros onde há registros confirmados da doença. A cada semana um cronograma é feito e atualizado, confrontando dados coletados pela equipe da Vigilância Epidemiológica.
O secretário destaca ainda que não adianta montar uma mega estrutura se não houver conscientização e parceria da população. “Dengue é um problema de todos. Pratinho de vaso, pneus e calhas são criadouros e um simples gesto de olharmos toda semana na nossa casa e cobrar o vizinho faz a diferença”, observa.
Alerta
O coordenador médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA-Centro), Gustavo Alexey Boher, destaca que a dengue é um problema sério, mas de simples tratamento.
“O volume aumentou muito, mas os profissionais estão preparados. Ao chegar na UBS ou UPA fazemos o acolhimento do paciente e o identificamos com a classificação de risco. Tem prioridade pacientes que estão tendo pela segunda vez a doença ou possuem alguma doença crônica”, cita.
O coordenador médico faz um alerta importante para a população. “Muitos vezes o paciente é atendido, recebe hidratação e melhora. Porém, durante esse processo, já colhemos os exames e muitos vão embora e não voltam. Aí o resultado chega e o paciente não sabe se está ou não com dengue. Isso é muito perigoso”, destaca.
Por fim, o médico cita que deve se evitar a automedicação. “Nossa dica é sempre procurar um médico”, destaca.