Imigração Japonesa
No Dia 18 de Junho, comemora-se no Brasil o Dia da Imigração Japonesa. A data foi oficialmente criada a partir da lei n° 11.142 do ano de 2005, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva1. O texto oficial elege essa data em homenagem à chegada do Kasato Maru, primeiro navio a transportar imigrantes japoneses ao Brasil.
Origem
O chamado “navio da esperança” atracou no porto de Santos no ano de 1908, trazendo a bordo 165 famílias, totalizando 781 imigrantes japoneses. Logo após sua chegada, foram direcionados a fazendas de café da região de Marília e Presidente Prudente. Com o passar dos anos, outros navios chegaram ao Brasil, somando cerca de 260 mil imigrantes a desembarcar no país. Atualmente, a descendência dessa comunidade conta com aproximadamente 1,2 milhão de pessoas2.
Os emigrantes deixaram o Japão após uma profunda reforma administrativa realizada naquele país pelo imperador Meiji, a partir de 1886. Um dos pontos centrais desse período foi romper com o isolamento de séculos entre Japão o Ocidente. Outros pontos foram a reforma agrária e a alteração da lei referente ao imposto sobre terras rurais. Outras medidas somaram-se a essas e provocaram uma situação crítica para a economia japonesa. A emigração, antes proibida, passou a ser aceita como possível solução para os problemas internos do Japão.
Ao mesmo tempo, o Brasil vivia as consequências da Lei Áurea, de 1888, que libertou os escravos. Essa mudança provocou uma crise entre os fazendeiros, que precisavam de mão-de-obra. A resposta veio em 1892, com a lei n° 97 assinada pelo então presidente Floriano Peixoto. No texto oficial, o presidente autoriza a entrada no Brasil de imigrantes japoneses e chineses e a celebração do Tratado de Comércio, Paz e Amizade com o Japão3. Esse foi o ponto de partida que permitiu a vinda dos asiáticos ao país.
O segundo grupo de imigrantes japoneses chegou ao Brasil em junho de 1910. Pouco mais de 900 pessoas vieram a bordo do Royojun Maru e seguiram para as fazendas da região de Mogi das Cruzes.
Os imigrantes japoneses decidiram deixar o Japão na esperança de um dia retornar ao seu país de origem. Isso porque a publicidade feita sobre o Brasil fazia referência a uma terra fértil, “um baú de tesouros”. Também foi prometido a eles a possibilidade de enriquecimento nas terras tropicais. Porém, a realidade encontrada foi muito diferente. Sendo levados às fazendas de café, foram obrigados a trabalhar nas tarefas antes conferidas aos escravos, em condições semelhantes. Conta-se que os fazendeiros não cumpriam o devido pagamento, as condições de vida eram precárias, sem contar a barreira cultural e de idioma. Pouco tempo após sua chegada, muitos deles deixaram as fazendas e foram tentar se reconstruir em outros lugares. Graças a seus esforços, muitos conseguiram, não sem dificuldades, a superar os obstáculos e a viver com dignidade na maior comunidade japonesa fora do Japão.
Sobre o autor: Natural de Urussanga/SC, o advogado Mauro Felippe já chegou a cursar Engenharia de Alimentos antes de se decidir pela carreira em Direito. Autor das coletâneas poéticas Nove, Humanos, Espectros e Ócio, já preencheu diversos cadernos em sua infância e adolescência com textos e versos, dos simples aos elaborados (a predileção pelo segundo evidente em sua escrita). As temáticas de suas obras são extraídas de questões existenciais, filosóficas e psicológicas que compreende no dia a dia, sendo que algumas advém dos longos anos da advocacia, atendendo a muitas espécies de conflitos e traumas. Por fim, pretende com a literatura viver dignamente e deixar uma marca positiva no mundo, uma prova inequívoca de sua existência como autor. Participante assíduo de feiras literárias, já esteve como expositor na Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2016 e Bienal Internacional do Livro do Rio 2017.