O domingo (09/06) foi marcado por muita fé e emoção em direção à estátua de Santo Antonio, no alto do morro. Idosos, jovens, crianças, deficientes. O importante era chegar lá em cima, fosse para pedir ou agradecer, levando meia hora, 40 minutos, uma hora.
Assim, pelas subidas íngremes e com muita oração, levando a imagem do padroeiro pelo caminho, mais de 500 pessoas percorrem os mais de 3 quilômetros para acompanhar a missa campal alusiva ao Padroeiro de Caraguatatuba.
Logo de início, Vanda Cândida Martins, 56 anos, moradora no Travessão, na região Sul da cidade, conta que subiu quatro domingos seguidos para pedir bençãos a seu santo de devoção. Mas neste último foi especial a ponto de fazer promessa e subir o morro descalça. “Eu peço de manhã e quando é cinco horas da tarde ele me atende. Por isso hoje estou aqui novamente e sei que ele vai me conceder essa benção”.
Aos 63 anos, Dona Vera Lúcia Domiciano Antunes, moradora no Centro, subiu o morro pela primeira vez para pedir uma graça. Ela conta que se esforçou, rezou muito para Santo Antonio “e se Deus quiser vou chegar lá e esse será mais um milagre por ele realizado”.
Seu marido Antonio da Costa Antunes, 63 anos, foi sossegado, afinal, já está acostumado a fazer caminhada, mas fez questão de acompanha Dona Vera em sua luta. “Pra mim tá tranquilo, estou aqui mesmo de companhia por ela”.
Mais um exemplo de fé ao longo do caminho foi acompanhar a subida de Gilson Aparecido da Silva, 47 anos. Seria normal se ele não fosse deficiente físico. Teve paralisia infantil (poliomelite) na perna direita.
“É minha segunda vez. Na primeira não consegui completar, mas hoje (ontem) cheguei até o final”, disse o romeiro que está trabalhando temporariamente em Caraguatatuba e soube da missa no morro e quis acompanhar. Silva é de Matosinho (MG) e não tem hábito de caminhar.
Mais um exemplo vem de Murilo Anderson, o Pkno Valente, de 11 anos. Ele subiu todo o caminho segurando a imagem de Santo Antonio e a ele é atribuído o milagre que teve aos 5 anos.
Sua mãe Anna Karina conta que ele nasceu com um problema de descalcificação do fêmur e sempre andou de cadeira de rodas. Com cinco anos, a família fez uma promessa e desde então o menino carrega com fé o Santo Padroeiro.
Hoje está 100% curado e a família entende a cura com um milagre, inclusive, já entregou todos os documentos e atestados médicos à Cúria Diocesana de Caraguatatuba para tentar registrar o episódio no Vaticano.
O prefeito Aguilar Junior também fez questão de participar da caminhada e missa e disse que o espaço que dá acesso ao Morro do Padroeiro está passando por revitalização. “Nosso objetivo é melhorar as condições de acesso em um dos pontos turísticos mais importantes da cidade”.
Segundo ele, são realizadas melhorias na pavimentação, construção de mirantes com pergolados, bancos, decks ecológicos, aparelhos de ginástica, lixeiras e a instalação de rampa de estrutura metálica para a prática de voo livre. A segunda etapa da obra prevê a instalação de iluminação pública em todo o trecho.
A tradicional Caminhada Penitencial ao Morro Santo Antônio e Missa Campal fazem parte da programação da 166ª Festa de Santo Antônio, Padroeiro de Caraguatatuba e contou, ainda, com o salto de paraglider do Padre Beto, pároco da Igreja Matriz de Santo Antônio, com a imagem peregrina do Padroeiro, abençoando a cidade do alto.