Uma foto fazendo o sinal de Jesus
Crédito -Fotos: Lucas Augusto
Cobertura televisiva do Projeto SOS Libras leva a pré-candidata, autora da plataforma, para dentro dos lares de todo o Brasil
Desde o dia 17/04/2020, a Rede Globo de Televisão divulga os serviços da Plataforma em Libras da jornalista, que presta atendimento voluntário para Interpretação de Libras à distância em tempos de Covid-19.
O tema já foi pauta dos telejornais MGTV-2, em Minas Gerais e do Jornal Vanguarda – 2a edição em São Paulo.
A Rede Globo não foi a única a apoiar a causa da intérprete. Na última quarta-feira (13/05/2020), o SOS LIBRAS ganhou mais uma vez os holofotes. Desta vez, na TV Canção Nova.
Em entrevista ao Site Falacaraguá, a intérprete Talita Fernanda, servidora pública concursada há oito anos no cargo de jornalista na Prefeitura de Caraguatatuba, conta um pouco mais de sua trajetória.
A pré-candidatura de Talita Fernanda ocorre pelo Partido Verde (PV) em Caraguatatuba.
foto: Segurando a máquina em preto e branco
Prova de seu prestígio como pré-candidata a vereadora, o Site Falacaraguá apurou que, em apenas um mês de publicação, sua página do Facebook “Pré-Candidata a Vereadora Talita Fernanda” já conta com cerca de mais 400 seguidores – sem nenhum impulsionamento; atigindo já o alcance de 1000 pessoas.
SF – Talita, qual é a sua formação?
Sou jornalista, formada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) desde 2007.
Mas eu amo estudar. Então, mesmo durante minha graduação, já tive oportunidade de realizar uma Pós-Graduação em Mídia e Deficiência. Fui aluna convidada; pois já tinha como meta analisar o contato do surdo com a internet durante minha monografia.
Em 2019, finalizei minha Pós-Graduação em Gestão Pública pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Em 2010, já atuava como jornalista; mas resolvi iniciar minha vida em sala de aula e trabalhei pelo Estado como professora eventual. Foi quando decidi cursar também Licenciatura em Inglês.
Então hoje, além da minha formação como intérprete, formalizada na Associação dos Surdos de Juiz de Fora; também sou licenciada em Inglês. Tenho também a formação completa na Língua Italiana.
SF – E como surgiu seu interesse em focar todo seu conhecimento a favor da pessoa com deficiência?
Nesta formação, construi boa parte da profissional e ser humano que sou hoje. Já iniciei minha trajetória em busca de uma SOCIEDADE PARA TODOS durante minha Pós-graduação em Mídia e Deficiência.
Este é um conceito da sociedade inclusiva, que declara que a sociedade deve preparar-se para receber a pessoa com deficiência e não o contrário.
Dai tiramos importantes conceitos como a importância das tecnologias assistivas, como os computadores que falam com cegos.
Então, já trago isso comigo desde os primórdios do meu curso de jornalismo. Esta pós foi pioneira em todo Brasil. Hoje em dia eu não sei se ainda existe, mas eu tive a grande sorte de passar por ela, que me despertou como comunicadora inclusiva.
Um momento muito marcante para mim também foi a minha apresentação na banca da Unifesp no No passado, ao final da minha pós em Gestão Pública.
Defendi em meu trabalho a importância da Libras no constexto escolar com base no ensino da Gallaudet University – onde eu fui convidada para ensinar Libras em 2018.
No meu trabalho, eu faço um paralelo com o que já é feito na Escola Municipal Ciefi Prof. Ricardo Luques Sammarco Serra, em Caraguatatuba; onde o ensino da Libras e da Língua Portuguesa acontecem em paralelo.
Durante a minha apresentação, contei com a interpretação em Libras da intérprete Bruna Letícia. E foi um sucesso.
Os professores só disseram que não tinham o que corrigir do meu trabalho e foram unânimes em dizer: “Vá para o Mestrado”.
E foi ai que eu pensei: “Poxa vida, se não sou eu aqui me apresentando, levando a Libras ao ambiente universitário, quem vai levar?”
Isto abre muitas portas para os surdos e profussionais na área. Então, sinto que é uma missão introduzir esta causa em tudo que eu puder para que, assim, as pessoas tomem mais consciência desta deficiência que é invisível; mas existe. E os surdos têm necessidades reais como todos nós.
SF- Hoje, você é jornalista concursada da Prefeitura de Caraguatatuba. Por onde mais você já passou em sua trajetória profissional?
Após formada, passei por várias empresas jornalísticas muito importantes na nossa região.
Meu primeiro emprego foi no Jornal Imprensa Livre, em 2008. De onde sai para ser assessora de imprensa do Sindicato dos Servidores Públicos de São Sebastião (Sindserv).
Passei também pela antiga Rádio Beira-Mar e pela assessoria de imprensa da Câmara de São Sebastião e da Prefeitura de São Sebastião.
Desde 2012, assumi meu cargo como jornalista efetiva da Prefeitura de Caraguatatuba, por meio de Concurso Público.
SF- Como você iniciou seu trabalho como responsável pela Comunicação em Libras em Caraguatatuba?
Em 2016, tive minha história mudada e uma grande oportunidade de unir as minhas duas profissiões em um único sonho.
Com a chegada da gestão do prefeito Aguilar Junior, fui instituída por ele responsável pela Comunicação em Libras no município.
Em 2018, fui convidada pela secretária de Comunicação Malu Baracat para interpretar em Libras a cerimônia de recepção do ex-presidente Michel Temer.
SF – Você auxiliou Caraguatatuba na formulação da Lei que hoje obriga a presença de intérprete de Libras nos eventos oficiais. Como isso aconteceu?
Desde o início de sua gestão, o prefeito Aguilar Junior já colocava esta Lei em prática, antes mesmo dela existir. Isto porque ele sempre fez questão de me dar a oportunidade de interpretar em Libras nos eventos oficiais.
Ao final de 2018, fui chamada pela Gallaudet University (Washington – USA) para ministrar curso de Libras nesta instituição – única universidade para surdos do mundo todo.
Aceitei o convite e fui até os Estados Unidos com recursos próprios e ensinei Libras a surdos do mundo todo.
Quando retornei ao Brasil, recebi Moções de Aplausos pelo meu trabalho nos Estados Unidos e com os surdos da região nas Câmaras Municipais de Caraguatatuba e São Sebastião.
Tocados pela importância do meu trabalho, ambas as cidades criaram Leis que obriga a presença de intérpretes de Libras nos eventos oficiais. Eu tive o privilégio de ser a profissional técnica responsável pelo conteúdo desta Lei em ambas as cidades.
Hoje Caraguatatuba conta com esta Lei (n. 2.488) desde o dia 7/8/2019, graças à assinatura do prefeito Aguilar Junior, que já solicitava interpretação em Libras e tinha esta preocupação desde o início de sua gestão.
SF – Agora, como pré-candidata, quais são suas maiores preocupações:
No momento, minhas preocupações vão além da inclusão da pessoa com deficiência; porque vejo que este é um processo que exige a movimentação de toda sociedade; inclusive o terceiro setor.
Creio que o plano ideal é que, havendo oportunidade, esta Lei 2.488 seja estendida para as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA CENTRO E UPA SUL) e Pronto Atendimento Massaguaçu.
Que estes lugares possam contar com intérprete para que a inclusão dos surdos e da pessoa com deficiência auditiva seja ainda mais completa em Caraguatatuba.
Para auxiliar todo este processo em tempos de Covid-19, criei o SOS Libras, para chamadas de vídeo com interpretação em Libras a distância.
Além disso, penso que o terceiro setor também precisa envolver o comércio nesta causa. Pelo IBGE, Caraguatatuba já conta com mais de 5 mil surdos. É muita gente precisando ser “ouvida”,
Bem, e como cidadã vejo outros pontos também como relevantes, tais como:
1) Inclusão da Pessoal com Defiência de forma integral;
2) Saúde Inclusiva;
3) Ampliação e valorização do Esporte Adaptado em Caraguatatuba;
4) Valorização do Funcionalismo Público de Caraguatatuba;
5) Valorização do professorado ( Esporte e Educação);
6) Valorização de atletas de Caraguatatuba;
7) Regularização Fundiária
Estes são alguns dos pontos que seriam para mim ótimas propostas legislativas para serem discutidas junto à população em momento oportuno.
Estou animada! Deus a frente! E seja o que Ele quiser. Sei que Deus sempre reserva o melhor para mim!
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