Filipe Toledo conquista o Surf Ranch Pro após 2 vices — Foto: WSL / Heff
Brasileira Tatiana Weston-Webb terminou em 3º na disputa feminina. Yago e Mineirinho ficam em 5º
Por Redação do ge — Lemoore, EUA
Depois de bater na trave nas duas últimas edições, Filipe Toledo, enfim, conseguiu faturar o título do Surf Ranch. A 6ª etapa da Liga Mundial terminou neste domingo, em Lemoore (EUA), com mais uma decisão brasileira entre Filipinho e Gabriel Medina. Só que dessa vez o surfista de Ubatuba levou a melhor sobre o bicampeão da prova, por 17,94 a 10,60, para faturar o único evento da elite disputado em uma piscina de ondas.
Com a vitória, Filipinho chegou a 32.065 pontos e assumiu a 3ª posição no ranking, logo atrás de Italo Ferreira, com 33.555. Gabriel Medina segue isolado na ponta, agora com 46.720, e já assegurou matematicamente a classificação para WSL Finals. A competição reunirá os 5 melhores dos rankings masculino e feminino para decidir o título mundial em Trestles (EUA), em setembro.
– Nas duas últimas ,o Gabriel me venceu e ficou aquele gosto amargo. Significa muito para mim essa vitória. Não só pelo título e por estar mais próximo da WSL Finals, mas porque hoje é dia dos pais e minha família está toda aqui – comemorou Filipinho, que mora na Califórnia com a esposa, os dois filhos, os pais e os irmãos mais novos.
No feminino, a francesa Johanne Defay foi a grande campeã. Ela conseguiu um total de 16,63 pontos na final, contra 16,23 da havaiana Carissa Moore. A brasileira Tatiana Weston-Webb terminou em terceiro na disputa e ocupa a quarta posição no ranking.
O Circuito Mundial agora dá uma parada para a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que começam no dia 23 de julho. A próxima etapa do tour começa dia 10 de agosto, no México.
Confira os 5 primeiros dos rankings:
MASCULINO
1- Gabriel Medina (BRA) – 46.720
2 – Italo Ferreira (BRA) – 33.555
3 – Filipe Toledo (BRA) – 32.065
4 – Morgan Cibilic (AUS) – 24.610
5 – Griffin Colapinto (EUA) – 24.235
FEMININO
1 – Carissa Moore (HAV) – 43.855
2 – Johanne Defay (FRA) – 34.645
3 – Sally Fitzgibbons (AUS) – 34.270
4 – Tatiana Weston-Webb (BRA) – 33.625
5 – Stephanie Gilmore (AUS) – 29.390
Filipe Toledo é carregado após vitória no Surf Ranch — Foto: WSL / Van Kerk
Brasil chega com 5 nas semis
As semifinais da competição reuniram os 8 melhores homens e as 4 melhores mulheres do qualificatório. Cada surfista teve 4 ondas (2 direitas e 2 esquerdas) para definir os 2 finalistas de cada categoria. No masculino, o Brasil tinha Filipe Toledo, Gabriel Medina, Yago Dora e Mineirinho, contra os americanos Kelly Slater e Griffin Colapinto, o japonês Kanoa Igarashi e o australiano Ethan Ewing.
Já no feminino Tatiana Weston-Webb decidiu com a havaiana Carissa Moore, a australiana Sally Fitzgibbons e a francesa Johanne Defay as duas vagas para a grande decisão. Depois de cometer falhas na finalização das duas primeiras ondas e começar em último nas semis, Tati veio com tudo na segunda chance, conseguiu um total de 15,77 pontos e pulou para segundo, atrás de Defay. Só que, em sua última onda, Carissa acabou ultrapassando a brasileira, que terminou na 3ª posição.
No masculino, a disputa pelas duas vagas foi até as últimas ondas. O japonês Kanoa Igarashi conseguiu se meter entre os dois surfistas que dominaram os últimos 2 anos do Surf Ranch, liderando a disputa contra Filipe e Medina com um total de 16,93 pontos. Só que os brasileiros guardaram o melhor para o fim. Medina (18,10) e Filipe (17,74) brilharam nas últimas ondas, assumindo a primeira e a segunda posições, respectivamente, decidindo mais uma vez o Surf Ranch Pro.
Na final, Filipinho conseguiu um 9,67 em um direita incrível e deixou Medina precisando de um 9,28 para virar em sua última onda. O bicampeão da prova acabou caindo em um aéreo, deixando o caminho livre para Toledo comemorar o seu primeiro título na piscina de ondas e 10º da carreira.
Yago Dora conseguiu a maior nota de todo o evento: 9,73 — Foto: WSL / Van Kerk
Yago brilha, e Mineirinho é homenageado
Um dos grandes momentos do dia foi a apresentação do brasileiro Yago Dora para conseguir uma vaga nas semifinais. Depois de sair do top-8 e entrar na rodada de bônus tendo que melhorar as suas notas para se classificar, Yago não só conseguiu trocar as duas, como fez a maior nota do campeonato até então: 9,50. O brasileiro abriu a onda acertando uma aéreo reverse, conseguiu um belo layback e finalizou com mais um aéreo reverse muito alto para tirar a nota e se classificar com a terceira melhor apresentação da fase qualificatória (16 pontos), atrás apenas de Medina (17) e Filipinho (17,80).
Nas semis, Yago mais uma vez conseguiu surpreender na esquerda, conseguindo acertar 3 aéreos reverses na onda e tirando a maior nota de todo o evento: 9,73. Apesar do notão, o catarinense acabou sendo eliminado porque não foi bem na direita e terminou na quinta posição. Com 20.215 pontos, Yago pulou para a 8ª posição no ranking e está a 4.020 da quinta colocação, que garante vaga na WSL Finals.
Adriano de Souza também ficou em quinto em Lemoore e agora ocupa a 13ª posição no ranking, com 15.735 pontos. Em sua última temporada no tour, Mineirinho foi homenageado por todos os surfistas brasileiros e a pela lenda do esporte Kelly Slater, que competiram vestindo uma camisa de lycra com seu número 13 e o sobrenome “de Souza” nas costas.
Adriano de Souza abraça Medina, que surfou com camisa em sua homenagem — Foto: Ricardo Sant’Anna