Há quatro anos, as mulheres em situação de violência em Caraguatatuba possuem um espaço especializado de atendimento e acolhimento. O Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM) Benedita Arcanjo Aparecido de Oliveira – ‘Dita Marques – foi inaugurado em 2017 e desde então muitas mulheres que foram atendidas no espaço tiveram a chance de mudar de história.
Prova disso é a Selma, de 43 anos. Mãe de três filhos, ela conheceu o espaço após procurar a Delegacia da Mulher de Caraguatatuba para fazer um boletim de ocorrência relatando violência física por parte do marido, quando foi encaminhada para o CIAM.
Selma conta que através do CIAM foi possível superar alguns traumas devido às situações de violência que passou. Foram 20 anos de casada e há seis meses resolveu dar um basta e seguir em frente.
“Muitas vezes eu pensei em ter outras atitudes que só prejudicariam a mim, mas com o apoio das profissionais estou superando. No final tudo dá certo e graças a Deus está dando certo. Eu não vivo mais com ele, mas um dia vamos resolver tudo e ter uma boa relação pelos meus filhos. O importante é que eu não aceite mais viver este tipo de relação abusiva, seja com quem for”, relatou Selma.
Localizado no bairro Indaiá, o CIAM busca fortalecer e resgatar a autoestima e autonomia das mulheres, com foco na emancipação e empoderamento para que saiam da condição de violência. Atualmente, 133 mulheres são acompanhadas pelas técnicas do espaço.
A coordenadora do CREAS, Patrícia Aparecida Silva, conta que nesses quatro anos 454 mulheres passaram pelo espaço, sendo as principais violências, a física e a psicológica. “Em média, são aproximadamente 115 mulheres atendidas por ano. Em se tratando de violência, os números são altos, por isso, o trabalho e a luta são constantes para que a gente consiga mudar esta realidade”, explicou.
As denúncias chegam ao CIAM por meio da Delegacia da Mulher (DDM), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Centro de Referência de Assistência Social (Cras) ou por demanda espontânea, quando a própria mulher busca ajuda. O processo de acolhimento é realizado em duas por etapas: avaliação e acompanhamento.
Na avaliação é classificado o risco do caso e decidido junto com a mulher as medidas que serão tomadas. Após esse primeiro contato, a mulher passa por orientação com assistente social e psicóloga. Já o acompanhamento é realizado por meio de atendimentos individualizados, visita domiciliar e grupos, que serão retomados em breve.
Para denunciar qualquer ato de violência contra a mulher, ligue 180. Esse número é gratuito, confidencial (anônimo) e funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados, e pode ser acionado de qualquer lugar do Brasil.
O CIAM está localizado na Avenida Cuiabá, 400, no Indaiá, telefone: 3883-9908. Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h.
Serviço:
– Delegacia de Defesa da Mulher – DDM – Avenida Maranhão, 341 – Jardim Primavera – Telefone: 3882-3242 – Horário de atendimento: Segunda a sexta, das 9h às 18h
– Centro de Referência Especializado de Assistência Social – Creas – Rua Senador Feijó, 165 – Jardim Aruan – Telefone: (12) 3886-2960 – Horário de atendimento: Segunda a sexta, das 8h às 17h