Para reforçar ações estratégicas de enfrentamento da hanseníase, a Prefeitura de Caraguatatuba, por meio da Secretaria de Saúde participa do projeto ‘Sasakawa’, do Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde.
O objetivo é capacitar os profissionais de saúde que atuam na atenção básica no diagnóstico e busca ativa de possíveis casos da doença.
A Fundação Memorial Sasakawa pela Saúde financia projetos que reforçam ações em municípios selecionados após o exercício do monitoramento da hanseníase para o controle da doença.
Em Caraguatatuba, profissionais da área da saúde estão sendo capacitados para realização de diagnóstico, tratamentos e coleta de baciloscopia – exame indicado para o diagnóstico; além também produzir ações de educação e saúde nas escolas e comunidade.
Os profissionais já iniciaram no final do mês de agosto a busca ativa e educação em saúde, com implementação do questionário de suspeição de hanseníase para os 400 alunos da EMEF Profº Alaor Xavier Junqueira, no bairro Travessão.
Segundo a Secretaria de Saúde, foi distribuído um questionário aos alunos, onde os pais responderam em casa sobre possíveis sintomas por ser uma ferramenta para auxiliar na detecção dos casos suspeitos de hanseníase, especialmente na busca ativa na comunidade.
“É um problema de saúde pública e mais comum em adultos, considerada uma doença negligenciada. Onde tem um caso de criança com suspeita, temos casos de adultos com a doença na forma infectante. Por isso, a avaliação e busca ativa dos comunicantes são de suma importância para o diagnóstico”, explica a coordenadora da atenção básica, Alexandra de Matos.
A partir de agora, os questionários estão sendo avaliados e triados. Em caso de suspeita, os alunos estão sendo encaminhados para unidades básicas de referência para avaliação.
Em setembro, será finalizado o projeto com um relatório conclusivo e o planejamento das ações e seguimento da busca ativa nas regiões norte e centro da cidade.
A doença
A hanseníase é uma doença infecciosa causada por um bacilo chamado Mycobacterium leprae. Ela atinge pele e nervos, gera redução da força muscular e produz manchas, sensações como formigamento, dormências e outras formas de perda de sensibilidade.
A doença sempre foi cercada de preconceito e foi chamada, durante muito tempo, de “lepra”. Conscientizar a população sobre esse termo pejorativo é um dos intuitos da campanha, além de desmascarar mitos sobre como ela é transmitida.
Sinais e sintomas:
– sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades;
– manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato;
– áreas da pele aparentemente normais que têm alteração da sensibilidade e da secreção de suor;
–caroços e placas em qualquer local do corpo;
– diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos).
Como se transmite?
Os pacientes sem tratamento eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro). O paciente em tratamento regular ou que já recebeu alta não transmite. A maioria das pessoas que entram em contato com estes bacilos não desenvolve a doença. Somente um pequeno percentual, em torno de 5% de pessoas, adoecem. Fatores ligados à genética humana são responsáveis pela resistência (não adoecem) ou suscetibilidade (adoecem). O período de incubação da doença é bastante longo, variando de três a cinco anos.
Como tratar?
A hanseníase tem cura. O tratamento é feito nas unidades de saúde e é gratuito. A cura é mais fácil e rápida quanto mais precoce for o diagnóstico. O tratamento é via oral, constituído pela associação de dois ou três medicamentos e é denominado poliquimioterapia.
Como se prevenir?
É importante que se divulgue junto à população os sinais e sintomas da doença e a existência de tratamento e cura, através de todos os meios de comunicação. A prevenção baseia-se no exame dermato-neurológico e aplicação da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o mesmo domicílio com o portador da doença.