Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya |
- Registro de mortes causadas pela doença alcançou recorde histórico em 2022
- Especialista dá dicas de como driblar a proliferação do inseto na época do verão
Altas temperaturas e aumento no acúmulo de água da chuva é a combinação perfeita para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, zika e chikungunya. Em 2022, foram confirmados 1.086 óbitos no Brasil de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde no início deste mês. O número representa o novo recorde anual de óbitos pela doença no país, superando em 10% o maior patamar anterior, de 985 mortes, registrado em 2015.
Cuidados na organização e limpeza caseira ajudam no controle do mosquito. Algumas ações básicas podem mudar o cenário da doença para o verão de 2023, afirma o especialista Jeferson de Andrade, pesquisador de Desenvolvimento de Produto e Mercado da BASF. “Um programa de controle do mosquito A. aegypti requer um trabalho conjunto de toda a sociedade. Não há inseticidas ou larvicidas que, por si só e de forma isolada, possibilite resolver um tema tão complexo. Todos nós fazemos parte da solução. Os inseticidas são uma das ferramentas deste trabalho”, garante.
De acordo com o pesquisador, o conhecimento é o maior aliado na prevenção das doenças e no controle do vetor. “Para um controle eficaz do mosquito, é essencial conscientizar a população através de medidas simples, como usar telas nas portas e janelas, colocar areia nos vasos de plantas, manter sempre a residência livre de entulhos e outros possíveis locais de criadouros de larvas e colaborar com os agentes de saúde pública para proteger toda casa contra o mosquito. Além disso, empresas especializadas no controle de pragas urbanas também podem ser acionadas para aplicação de inseticidas e outras técnicas de controle em áreas com maior incidência de casos”, finaliza Jeferson.
Confira mais detalhes sobre a reprodução do mosquito:
Água limpa não é o único local de reprodução
A fêmea do mosquito A. aegypti põe seus ovos em água, preferencialmente limpa. No entanto, existem casos reportados, ainda que raros, de larvas em águas sujas ou poluídas. Os ovos podem ficar ativos por um período de até um ano, à espera de água para eclodir. Por esse motivo, os cuidados para evitar recipientes com água parada devem ser constantes.
Os criadouros podem ter qualquer tamanho
Nem sempre os criadouros se formam em pequenos e médios recipientes. O mosquito A. aegypti pode depositar seus ovos em qualquer concentração de água. Ou seja, qualquer tipo de recipiente pode se tornar criadouro se não houver o hábito de organização e limpeza no entorno do local. Outro fato importante é o período em que a água fica parada no recipiente: se é superior a sete dias, é importante que o ele seja eliminado.
Os criadouros nem sempre estão em locais sombreados
Mesmo que busquem preferencialmente lugares protegidos e sombreados, os insetos também são encontrados em recipientes com água parcial ou totalmente expostos ao sol. As larvas fogem do sol, mas este não é um fator que impede o seu desenvolvimento.
Uma piscina pode ser um criadouro potencial
Se a piscina não é usada, é preciso esvaziá-la. Caso acumule água depois da chuva, ela deve ser tratada com cloro, observando a dosagem correta, para eliminar as possíveis larvas geradas.
O controle do mosquito também deve continuar no inverno
É certo que as baixas temperaturas reduzem o aparecimento de mosquitos porque tornam os ciclos biológicos mais longos, ou seja, é necessário mais tempo para o mosquito atingir a fase adulta. No entanto, os ovos podem sobreviver durante o inverno e continuar seu desenvolvimento na primavera.
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