Exposição de curta duração reúne cerca de 130 itens relacionados à memória do processo de ruptura política entre Brasil e Portugal, ressaltando as celebrações de diversos eventos que contribuíram com a emancipação política do país e mostrando como a Independência do Brasil foi comemorada
e lembrada ao longo de dois séculos
Além de obras do acervo do Museu Paulista, a exposição contou com empréstimo de peças de 12 importantes instituições culturais e de coleções particulares do país
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No dia 25 de janeiro, o Museu do Ipiranga inaugura a exposição temporária Memórias da Independência, primeira a ocupar sua nova sala expositiva dedicada a exposições de curta duração. A mostra discute o protagonismo do grito do Ipiranga como marco absoluto da Independência e relembra diversos episódios, em vários pontos do território nacional, que contribuíram com a ruptura definitiva do Brasil com Portugal. Com cerca de 900m², a nova sala expositiva é climatizada, permitindo o empréstimo de obras de outros acervos. Memórias da Independência fica em cartaz até o dia 26 de março e a entrada é gratuita e livre, sem a necessidade de ingressos. Serão distribuídas senhas no local aos interessados.
A curadoria é de Paulo César Martins, Maria Aparecida de Menezes Borrego e Jorge Pimentel Cintra, todos pertencentes ao quadro docente do museu, e a curadoria adjunta é de Márcia Eckert Miranda, Carlos Lima Junior e Michelli Cristine Scapol Monteiro. A mostra é dividida em dois eixos temáticos. O principal deles revê os marcos comemorativos da Independência brasileira, desde aqueles produzidos já na década de 1820 até o seu bicentenário. A mostra se vale de esculturas, pinturas, fotografias, estudos arquitetônicos e pictóricos, objetos decorativos, selos, desenhos, cartões-postais, discos, cartazes de filmes e charges para ilustrar o imaginário acerca desta efeméride no Brasil, evidenciando as disputas entre São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador pelo protagonismo destas narrativas.
Inicialmente, são apresentados os primeiros esforços de manutenção da memória do Ipiranga como lugar do grito que instaurou a Independência. Esses esforços se manifestavam em imagens produzidas por artistas que representaram a colina do Ipiranga como local do grito. Já o papel do Rio de Janeiro como sede política do Império e da nova monarquia independente foi representado em pinturas, gravuras e através do Monumento a D. Pedro I, primeiro grande monumento escultórico do Brasil.
A seguir, observam-se as iniciativas de comemoração desencadeadas a partir de 1872, o cinquentenário, e as comemorações de 1922, quando ocorreu a Exposição Nacional do Centenário da Independência – uma grande feira internacional realizada com o intuito de associar a efeméride ao reconhecimento das maiores potências estrangeiras da época. Também são abordadas as iniciativas do governo paulista em priorizar o Ipiranga e o estado de São Paulo como epicentro do centenário: há um concurso internacional para a construção do novo Monumento à Independência, novas exposições foram planejadas para o Museu do Ipiranga, além da criação de monumentos no caminho percorrido por D. Pedro I, entre Santos e São Paulo.
No sesquicentenário de 1972, o regime militar se empenhou por tornar a festa cívica um ato de celebração nacional da própria ditadura. Por fim, em 2022, a reinauguração do Museu do Ipiranga, que estava fechado ao público desde 2013, é o marco do bicentenário.
No segundo eixo temático, a exposição aborda as memórias relativas às “outras independências”, movimentos de separação que foram realizados no território do império brasileiro, como a Revolução Pernambucana de 1817, a Confederação do Equador de 1824 (com seu foco também em Pernambuco) e a Revolução Farroupilha, que durou de 1835 a 1845 (em território gaúcho), e suas celebrações ao longo dos séculos 19 e 20.
SERVIÇO
Memórias da Independência
De 25/1 a 26/3/2023, na Sala de Exposições Temporárias (Piso Jardim)
Museu do Ipiranga
Terça a domingo, das 11h às 17h
Entrada gratuita — Não há necessidade de retirada de ingressos. A exposição é aberta ao público e poderá ser visitada conforme a lotação do espaço, que será controlada mediante a distribuição de senhas.
É obrigatório o uso de máscara nas dependências do Museu.
Rua dos Patriotas, nº 20
Como chegar:
Transporte público: De metrô, há duas estações próximas ao Museu, ambas da linha 2, verde: Alto do Ipiranga (30 minutos de caminhada) e Santos-Imigrantes (25 minutos a pé). A linha 710 da CPTM tem uma parada no Ipiranga (20 minutos de caminhada).
Principais linhas de ônibus: 4113-10 (Gentil de Moura — Pça da República), 4706-10 (Jd. Maria Estela — Metrô Vila Mariana), 478P-10 (Sacomã — Pompéia), 476G-10 (Ibirapuera — Jd.Elba), 5705-10 (Terminal Sacomã — metrô Vergueiro), 314J-10 (Pça Almeida Junior — Pq. Sta Madalena), 218 (São Bernardo do Campo — São Paulo).
Pessoas com deficiência em transporte individual: na entrada da rua Xavier de Almeida, nº 1, há vagas rotativas (zona azul) em 90°.
Para quem usa bicicleta, foram instalados paraciclos na área do jardim.
Apoio: Sympla
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Museu do Ipiranga — USP
O Museu do Ipiranga é sede do Museu Paulista da Universidade de São Paulo. As obras de restauro, ampliação e modernização do Museu foram financiadas via Lei Federal de Incentivo à Cultura. O edifício, tombado pelo patrimônio histórico municipal, estadual e federal, foi construído entre 1885 e 1890 e está situado dentro do complexo do Parque Independência. Concebido originalmente como um monumento à Independência, tornou-se em 1895 a sede do Museu do Estado, criado dois anos antes, sendo o museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais antigos do país. Está, desde 1963, sob a administração da USP, atendendo às funções de ensino, pesquisa e extensão, pilares de atuação da Universidade.
Patrocinadores e parceiros: BNDES, Fundação Banco do Brasil, Bradesco, Caterpillar, Comgas, EDP, EMS, Itaú, Sabesp, Shell, Santander, Vale, Banco Safra, CSN, Honda, Raízen, Novelis, Pinheiro Neto Advogados, Atlas Schindler, Ultra, Ipiranga, Gerdau, Goldman Sachs, Nortel, Dimensional, B3, GHT, Rede D’or, Bank of America, Unilever, Too seguros.