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Duas datas importantes para o calendário ambiental são celebradas nesta semana: o Dia Nacional da Árvore (21/9) e o Dia Nacional da Defesa da Fauna (22/9). As datas interligadas remetem à importância do uso sustentável de recursos naturais, assegurando a conservação da biodiversidade nos diferentes biomas no Brasil. Produção de oxigênio, sequestro de carbono da atmosfera, melhora da umidade relativa do ar, “produção” de água e alimentos e combate à erosão do solo são alguns dos inúmeros benefícios e serviços ecossistêmicos garantidos pelas árvores e florestas em nosso planeta. Além disso, as árvores são habitats para diversas espécies de animais e fornecem alimentos para inúmeros organismos vivos, inclusive os seres humanos. “As árvores têm valor inestimável para a nossa vida. Sem elas não seria possível manter condições de vida para milhares de espécies, não teríamos o abastecimento de água e energia e, naturalmente, nem poderíamos exercer a maior parte das atividades econômicas. As árvores também são cada vez mais necessárias nas cidades para a adaptação às mudanças climáticas e fazem parte de esforços no mundo todo para melhorar a qualidade de vida da população”, afirma Cecília Herzog, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), professora e pesquisadora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Brasil, país megadiverso O Brasil, que está no topo da lista dos 18 países considerados megadiversos no mundo pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), abriga entre 15% e 20% de toda a diversidade biológica global. O país possui mais de 120 mil espécies de animais invertebrados, mais 8.900 espécies de vertebrados e mais de 4 mil espécies de plantas, segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Nossa fauna contém 734 mamíferos, 1.982 aves, 732 répteis, 973 anfíbios, 3.150 peixes continentais e 1.358 peixes marinhos. Mesmo com condições naturais tão favoráveis para tamanha biodiversidade, o Brasil enfrenta desafios para evitar a perda de espécies. O Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve), plataforma digital lançada em agosto de 2023 pelo ICMBio, aponta que 1.253 espécies de animais sofrem algum risco de extinção no país, nas categorias vulnerável, em perigo ou criticamente em perigo. Mudanças climáticas, desmatamento, incêndios florestais, poluição do ar, do solo e das águas são os principais fatores que ameaçam as espécies em nossos biomas. A gerente de Soluções de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, Marion Silva, salienta que a regeneração das florestas e a proteção da fauna caminham juntas. “A fauna é de extrema importância para os processos naturais de regeneração da floresta. Os animais carregam sementes e pólen para áreas desmatadas e contribuem bastante para o processo de regeneração de áreas naturais. Quanto mais espécies diferentes de animais tivermos em uma área, mais eficiente será este processo de regeneração”, explica. 33 anos de compromisso com a conservação da natureza Neste mês de setembro, a Fundação Grupo Boticário completa 33 anos de atuação em prol da conservação da natureza e da biodiversidade no Brasil. Uma das fundações empresariais brasileiras mais atuantes na causa ambiental, a instituição já apoiou cerca de 1.700 projetos ao longo de sua trajetória, beneficiando mais de 500 unidades de conservação no país. Os projetos de pesquisa apoiados pela Fundação resultaram na descoberta de mais de 170 espécies da fauna e da flora no Brasil. A Fundação Grupo Boticário também é responsável pela preservação de 11,8 mil hectares em suas reservas naturais na Mata Atlântica e no Cerrado, dois dos biomas mais ameaçados do País, que representam espaço equivalente a 70 Parques do Ibirapuera, e contribuem para a preservação integral de ecossistemas, proporcionando a diversas espécies a oportunidade de continuar vivendo em seu habitat natural. A Reserva Natural Salto Morato, localizada em Guaraqueçaba (PR), é reconhecida pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade e está inserida no maior remanescente contínuo da floresta no Brasil, a Grande Reserva Mata Atlântica (GRMA). A área preservada de 2.253 hectares contribui para a conservação desse bioma em que vive mais de 70% da população brasileira. A reserva, que ajuda a preservar espécies que existem apenas ali, várias delas ameaçadas de extinção, é aberta à visitação, atraindo pesquisadores e observadores de aves, além de turistas de diversos estados e países. A Reserva Natural Serra do Tombador, em Cavalcante (GO), está localizada quase na divisa com o Tocantins. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a área preservada está em uma região de prioridade extremamente alta para a conservação da biodiversidade. Possui uma área de 8.730 hectares, equivalente a 9 mil campos de futebol, no Cerrado brasileiro, bioma que abriga as nascentes de bacias hidrográficas importantes, como Tocantins-Araguaia, Platina (Paraná, Paraguai e Uruguai) e do São Francisco. A reserva é mantida pela Fundação desde 2007. “A manutenção das áreas traz uma série de benefícios para toda a sociedade, especialmente por meio de serviços ecossistêmicos fornecidos pela natureza, como a proteção a nascentes, garantindo a qualidade de recursos hídricos”, analisa Marion Silva. Outros benefícios fundamentais são a geração de ICMS Ecológico para os municípios onde as reservas estão localizadas, o conhecimento científico gerado a partir de diversas pesquisas de campo e o desenvolvimento socioeconômico do entorno, especialmente por meio de atividades de turismo ecológico, bastante desenvolvido na região da reserva Salto Morato. ——– Temas que podem ser abordados com os especialistas:
Especialistas para conceder entrevistas André Ferretti – Membro da RECN, gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, mestre em Ciências Florestais, MBA em Gestão Estratégica da Inovação e conselheiro da Plataforma Empresas pelo Clima (GVces). Cecília Herzog – membro da RECN, professora e pesquisadora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Paulo Labiak – membro da RECN e professor do Departamento de Botânica da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Marion Silva – Bióloga, gerente de Soluções de Conservação da Biodiversidade na Fundação Grupo Boticário. |
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