A cidade oferece uma experiência única, pois abrange diversos habitats, desde o mar até a serra do mar, passando por manguezais, rios e florestas de restinga. A observação de aves é livre para o público em geral, mas em áreas de reserva, como o Parque Estadual da Restinga de Bertioga, a presença de um monitor ambiental e permissão são necessários. O Clube de Observadores de Aves (COA), fundado em 2011, organiza grupos regulares e trabalha em parceria com o Sesc Bertioga, que mensalmente promove saídas com monitores e especialistas.
Um dos participantes do COA e supervisor do Reserva Natural do Sesc Bertioga, Marcelo Bokermann, destaca que a diversidade está relacionada ao habitat. Garças, guarás-vermelhos, colhereiros e muitas outras podem ser avistados dependendo da região. A observação não se limita à visão, mas também ao som, especialmente em florestas, onde algumas aves mais tímidas se fazem ouvir.
Segundo ele, diversos pontos em Bertioga são ideais para observação, destacando-se a praia de Itaguaré, a trilha do Guaratuba, a região do Jaguareguava, o Sítio São João, manguezais, a trilha d’água e o Parque das Neblinas. No entanto, a riqueza da avifauna de Bertioga enfrenta desafios, como a ameaça de extinção do gavião-pombo-pequeno e do macuco. A especulação imobiliária também pressiona espécies locais, resultando em áreas cada vez mais restritas para a sobrevivência das aves.
Bokermann destaca os benefícios da observação de aves, que vão além da preservação. Para os seres humanos, a prática proporciona conexão com a natureza, melhora na saúde respiratória e um ambiente favorável. A plataforma Ciência Cidadã e Wikiaves permitem que observadores contribuam para o monitoramento das aves, fortalecendo ações de conservação.
Com a cidade sendo lar de diversas espécies, foram selecionadas cinco espécies de diversos ambientes com os critérios de beleza e exclusividade, para uma votação popular que resultará na definição oficial, entre elas: Gavião-pombo-pequeno (Amadonastur lacernulatus); Surucuá-de-barriga-amarela (Trogon viridis); Martim-pescador-miúdo (Chloroceryle aenea); Colhereiro (Platalea ajaja) e Ferro-velho (Euphonia pectoralis).
Assim, a observação de aves em Bertioga não apenas encanta turistas, mas também se torna uma ferramenta vital na preservação ambiental e no orgulho local. A cidade, que busca a ave símbolo, reforça o compromisso com a biodiversidade e a conscientização ambiental, convidando visitantes a se maravilhar com a biodiversidade presente na cidade.