Teatro do Fim do Mundo apresenta o espetáculo “O Caso Meinhof” no SESI Santos
A peça teatral discute o fracasso e a herança dos movimentos revolucionários do século XX, além de debater a presença das mulheres na liderança de processos políticos, entre outros temas que se mostram urgentes no Brasil de hoje.
SESI Santos recebe espetáculo “O Caso Meinhof” inspirado em texto da ganhadora do nobel de literatura Elfriede Jelinek
No dia 21 de setembro de 2024 (sábado), às 17h, com entrada gratuita, o Teatro do Fim do Mundo ( @teatrodofimdomundo ) apresenta “O Caso Meinhof” no SESI Santos – Centro de Atividades Dr Paulo de Castro Correia, que fica na Avenida Nossa Senhora de Paula, 366, Jardim Santa Maria, em Santos (SP). Após a apresentação, haverá uma roda de conversa com participantes de grupos organizados de mulheres atuantes na cidade de Santos.
“O Caso Meinhof” discute o fracasso e a herança dos movimentos revolucionários do século XX, além de debater a presença das mulheres na liderança de processos políticos, entre outros temas que se mostram urgentes no Brasil de hoje.
O espetáculo é livremente inspirado no texto “Ulrike Maria Stuart”, da ganhadora do Nobel de literatura Elfriede Jelinek. Lançada logo após a premiação com o Nobel em 2004, a peça é considerada como a mais importante de Elfriede Jelinek, autora fundamental para a dramaturgia contemporânea, apesar de sua obra ainda ser pouquíssima encenada no Brasil.
A narrativa parte da história da RAF (ou Grupo BaaderMeinhof), grupo terrorista alemão dos anos 70 liderado por duas mulheres: Ulrike Meinhof e Gudrun Ensslin.
Entre os momentos curiosos que rondam essa organização, está o fato de que seus quatro principais integrantes tiveram seus cérebros retirados para estudos após morrerem na prisão. Houve inclusive quem afirmasse que uma lesão no cérebro de Ulrike teria sido responsável pelo comportamento violento e consequentemente sua atividade de terrorista.
Somente décadas depois, a filha (já adulta) de Meinhof conseguiu na justiça reaver e enterrar o cérebro da mãe. Ocasião em que também descobriu-se que os três outros haviam desaparecido misteriosamente.
A partir desses estranhos fatos, a peça do Teatro do Fim do Mundo inventa o misterioso roubo do cérebro de Ulrike por parte de seus filhos, que o teriam preservado em um vidro para se comunicar com ele a fim de investigar a verdade sobre a morte da mãe. Nesta investigação, eles criam um podcast e, a cada episódio, confrontam um entrevistado envolvido na história usando meios pouco convencionais de comunicação, inclusive com os mortos.
Ao tratar de temas fundamentais para pensar o tempo em que vivemos – o aparente fracasso dos projetos revolucionários, o perigo da violência autoritária por parte de quem deseja mudar o mundo, e ao mesmo tempo a impossibilidade de se conformar a uma ideia de que o mundo não pode ser transformado – a peça se faz urgente em um contexto brasileiro de crise profunda, em que a imaginação política se vê travada pelo peso excessivo dos vícios históricos do país.
Para narrar essa história, o Teatro do Fim do Mundo transformou a trajetória de vida da terrorista Ulrike Meinhof em um podcast que é apresentado em cena pelos filhos da guerrilheira.
A história é divida em três episódios, com 50 minutos cada, e o público escolhe se quer ver cada um deles de maneira independente ou assistir a todos juntos, em um espetáculo de quase 3 horas de duração, com dois intervalos. Mas a peça também pode ser lida como uma disputa entre três figuras – um pai, uma mãe e a rival desta – pela influência sobre os filhos do casal.
Essa trama aparentemente banal, digna de um drama familiar, é na verdade metáfora para os rumos da esquerda no fim do século XX e início do XXI. E o grupo parte desse conflito de gerações para criar uma proposta de encenação. Para tal, reuniram duas gerações de artistas de teatro, materializando assim a disputa travada na peça.
A apresentação faz parte do projeto contemplado pelo Edital PROAC Nº 02/2023 – Teatro / Circulação de Espetáculo.
Informações: www.instagram.com/
Ficha técnica: livremente inspirado em ULRIKE MARIA STUART, de Elfriede Jelinek. Direção: Clayton Mariano e Maria Tendlau. Tradução e dramaturgismo: Artur Kon. Elenco: Artur Kon, Carla Massa, Clayton Mariano, Maria Tendlau, Mariana Otero e Marilene Grama. Direção de arte e material gráfico: Renan Marcondes. Cenotecnia: Matias Arce. Desenho de luz, direção e operação técnica: Cauê Gouveia. Trilha original: Renato Navarro. Confecção das golas: Antonio Slusarz. Fotografia: Cacá Bernardes. Registro em vídeo: Bruta Flor Filmes. Assessoria de imprensa: Luciana Gandelini de Souza. Assistente de produção: Mariana Pessoa. Direção de produção: AnaCris Medina – Jasmim Produção Cultural
Serviço: Espetáculo “O Caso Meinhof”
Com Teatro do Fim do Mundo
Sinopse: Livremente inspirada no texto “Ulrike Maria Stuart”, da ganhadora do Nobel de literatura Elfriede Jelinek, a peça parte de uma história curiosa do RAF, grupo terrorista alemão dos anos 70. Após a morte na prisão de seus principais integrantes, seus cérebros foram retirados para estudos, incluindo o de Ulrike Meinhof, que acabou sendo enterrado após muitos anos de investigação, sendo que os outros três desapareceram. A partir desses estranhos fatos, a peça do Teatro do Fim do Mundo inventa o misterioso roubo do cérebro de Ulrike por parte de seus filhos, que o teriam preservado em um vidro para se comunicar com ele a fim de investigar a verdade sobre a morte da mãe. Nesta investigação eles criam um podcast e, a cada episódio, confrontam um entrevistado envolvido na história e usam meios pouco convencionais de comunicação, inclusive com os mortos. Duração: 120 minutos
Quando: 21 de setembro de 2024 (sábado) – Horário: 17h
Onde: SESI Santos – Centro de Atividades Dr Paulo de Castro Correia – Endereço: Avenida Nossa Senhora de Paula 366, Jardim Santa Maria – Santos (SP)
Grátis
Classificação: 14 anos
Capacidade: 145 lugares. Acessibilidade: acessibilidade para pessoas com dificuldade de locomoção, assentos especiais para pessoas obesas. Estacionamento: não possui
Após a apresentação: roda de conversa com mulheres atuantes em grupos organizados na cidade de Santos