Fonte Imprensa Livre
Pronto Atendimento do Jardim Primavera tem nova administração
Usuários do sistema de saúde em Caraguá reclamam da demora do atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Primavera, mas principalmente da falta de médicos em alguns Postos de Saúde do município.
Durante dois dias úteis a equipe do Imprensa Livre percorreu os Postos de Saúde do Perequê-Mirim, Porto Novo e Tinga, bem como a UPA para saber dos pacientes como está o atendimento com a mudança da nova administradora do sistema de saúde.
Desde o dia 2 de março, o Instituto Corpore administra além do Programa de Saúde da Família (PSF) e da UPA, mas também o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o setor psiquiátrico do Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
Nos Postos de Saúde, as reclamações se concentram na falta de médicos, como verificado na reportagem no Perequê-Mirim. “Quando falta médico, não tem outro para substituir, isso quando tem médico”, disse a dona de casa Maria Aparecida do Nascimento, 54 anos.
A mesma constatação foi feita pela comerciante Ivonete Pereira de Jesus, 44 anos, no Tinga. “O problema é que avisam que não têm médicos somente quando estamos na fila depois de horas de espera”.
Ainda no Tinga, a reportagem conversou com funcionárias do PSF para saber sobre as mudanças de empresas. “Não sabemos de nada o que vai acontecer. Continuamos fazendo o nosso trabalho. Só deveremos ter um posicionamento na semana que vem”, disseram.
Já enfermeiras que trabalham no PSF reclamam que os salários devem diminuir em 50% com a chegada da nova administradora. “Não justificaram nada, apenas que seria adequação do valor de mercado”, disse uma das enfermeiras que preferiu não se identificar.
UPA
Nesta segunda-feira pela manhã, a reportagem esteve também na UPA do Jardim Primavera. A fila era grande e o tempo de espera por atendimento superava 3h.
Sirlene Rodrigues, 50 anos, chegou às 9h no local buscando atendimento para o filho de 12 anos que estava com um entorse no pé e que apresentava sinais de inchaço. “Passa do meio dia e não fizeram nem radiografia no menino. É um absurdo o descaso. Ninguém informa nada. Meu filho ainda consegue esperar, mas os idosos que estão na fila ficam sofrendo”, relatou.
Quem também estava na fila por mais de duas horas era a dona de casa Sílvia Fonseca dos Santos, 39 anos, que acompanhava o filho que estava com braço quebrado. “É um absurdo deixar uma pessoa com braço quebrado por mais de duas horas. Não tem médico no Posto do Perequê-Mirim. Aí a gente vem na UPA e fica nessa fila enorme”.
Os pacientes da UPA também reclamaram da distribuição de senhas, que não tem critérios de prioridades. “Não tem senha para idosos, gestantes ou deficientes. Todo mundo pega a mesma senha”, disse Sirlene Rodrigues.
Outro lado
A Secretaria de Saúde informa que desde esta segunda-feira (10/3/2014), o Instituto Corpore assumiu a gestão do Programa Saúde da Família (PSF) e é responsável pelas equipes de profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS).
O coordenador médico geral do Instituto, Rodrigo de Oliveira Viana, afirma que a partir desta terça-feira (11/3/2014), haverá atendimento médico em todas as UBS.
Sobre a questão salarial dos enfermeiros, a Secretaria de Saúde informa que a nova empresa segue os valores do Sindicato dos Enfermeiros de São Paulo válidos entre 01/09/2013 a 31/08/2014, que é de R$ 2,2 mil.
Foto: Acácio Gomes