Pescadores entram com ações individuais contra Transpetro por vazamento no Canal de São Sebastião
Mais de 3,5 mil litros de óleo vazaram no píer do Tebar e atingiram três municípios do Litoral Norte
Mara Cirino
Pescadores das cidades de São Sebastião e Ilhabela devem entrar com ações individuais para tentar receber da Transpetro, empresa responsável pelo responsável pelo Terminal Marítima Almirante Barroso (Tebar), indenizações pelos prejuízos que tiveram após vazamento de óleo no Canal de São Sebastião, no dia 5 de abril de 2013. A decisão ocorre após a subsidiária da Petrobras informar que não pretende ressarcir os pescadores, baseada em laudos que apresentou à Justiça onde comprovaria que não houve contaminação a vida marinha no trecho afetado.
Além do Canal, o óleo atingiu fazendas de Mexilhão na Praia da Cigarras, região norte de São Sebastião, e Praia da Cocanha, em Caraguatatuba, considerada, até então, a maior produtora no estado de São Paulo e a segunda no Brasil, atrás apenas de Santa Catarina.
De acordo com a advogada de vários pescadores, Márcia Regina Guerrero Ghelardi, as Colônias de Pesca Z-14 (SS) e Z-6 (Ilhabela), pleiteavam indenizações que chegava a R$ 52,8 mil para mais de 540 profissionais.
Segundo ela, em maio passado houve uma reunião solicitada pelo Ministério Público de São Sebastião e, na ocasião, ficou acordado de que a Transpetro se manifestaria em 45 dias sobre o pedido pleiteado em ação coletiva. Antes do prazo encerrar o MP recebeu a resposta de que nada seria pago baseado de que teria ocorrido prejuízos.
“Diante da recusa, cada pescador vai entrar com ação indenizatória com base do que deixou de receber nesse período e por danos morais”, antecipa a advogada.
No dia 5 de abril do ano passado, durante uma operação de rotina, funcionários do Tebar teriam deixado um registro aberto e provocado o vazamento de 3,5 mil litros de óleo diesel marítimo (MF-380 Marine Fuel Oil) no mar.
Conversa
Em nota, a Transpetro ressaltou que mantém diálogo permanente com as colônias de pescadores de São Sebastião, Ilhabela e Caraguatatuba, e possui, inclusive, diversos convênios socioambientais e pedagógicos vigentes com essas organizações.
“Desde setembro de 2013, firmamos convênios e promovemos ações no Litoral Norte, onde está localizado o Tebar, estimulando a formação de parcerias com foco no desenvolvimento socioambiental da região”, diz a empresa.
Entre as ações, ela cita convênios com as comunidades de maricultores de São Sebastião e Caraguatatuba que estão promovendo a substituição de antigas fazendas marinhas nas praias das Cigarras e da Cocanha, que contemplam o aporte financeiro para a compra de novos e modernos equipamentos e o pagamento da mão de obra dos maricultores e uso de suas embarcações para a implantação dessas novas estruturas.
Tem, ainda, o programa “Re-refinar para Preservar”, firmado com Colônia Z-14, que é responsável pela coleta e o armazenamento da sobra do óleo lubrificante usado nas embarcações e garante renda extra a esses trabalhadores.
Na Ilha dos Búzios, no arquipélago de Ilhabela, a Transpetro cita que estruturou, na Escola Municipal de Porto do Meio, um projeto para a instalação de uma infraestrutura de conectividade e uma sala de educação e inclusão digitais, por meio de convênio com o Comitê pela Democratização da Informática (CDI).
“A Transpetro reafirma o seu comprometimento com o desenvolvimento sustentável das regiões onde atua e está empenhada em estimular dessa importante atividade econômica no Litoral Norte”.
Foto: Divulgação
fonte http://imprensalivre.com.br/