A proposta da peça consiste em um espaço-confronto que envolve o espectador
e o incita a dialogar, revendo conceitos nos temas abordados:
poder, incomunicabilidade e o politicamente correto
O Teatro Mario Covas, em Caraguá, apresenta no dia 15 de outubro (sábado), às 21h, o espetáculo “Oleanna” com a Cia. Epigenia, escrito por David Mamet, considerado um dos mais famosos dramaturgos americanos contemporâneos, e dirigido por Gustavo Paso. Sucesso de público e crítica, a peça estreou em 2014 e não parou mais, passando por diversas cidades do país.
A proposta de “Oleanna” consiste em um espaço-confronto que envolve o espectador e o incita a dialogar, revendo conceitos nos temas abordados: poder, incomunicabilidade e o politicamente correto. Em vários países, a obra gerou diversas teses, reafirmando a importância da temática. Logo após a apresentação, desde a estreia, o público é convidado a participar de um debate com os atores da companhia.
Esse debate foi crescendo, tomando consistência ao longo das temporadas e se transformou numa ação tão importante quanto o próprio espetáculo por tratar com o público assuntos tão controversos e instigantes, provocando além duma catarse, a reflexão, o debate e o diálogo.
David Mamet é considerado um dos autores contemporâneos mais importantes da atualidade devido a características particulares de abordagem de temáticas atuais, da maneira questionadora com que trata assuntos delicados e conflituosos, pela maestria com que lida com diálogos ‘fragmentados’ e pela forma peculiar com que deixa a ‘decisão’ ou o ‘tomar partido’ na mão do público, instigando, provocando, desafiando e tirando o fôlego da plateia.
A incomunicabilidade é o verdadeiro drama da peça e o público acompanha a impossibilidade de diálogo que se apresenta, além de ser testemunha das diferenças irreconciliáveis com que seres humanos se relacionam somadas às questões ‘politicamente corretas’ com que são habituados e levados a conviver resultam numa total incompreensão e afastamento. Classificação: 12 anos.
Os ingressos custam R$ 50 inteira e R$ 25 meia-entrada e podem ser adquiridos na loja Presson (Calçadão Santa Cruz), na livraria Nobel (Serramar Shopping), no site www.bilheteriarapida.com.br e na bilheteria do Teatro Mario Covas, no dia da apresentação, a partir das 14h.
O TMC está localizado na Av. Goiás, nº 187, no Indaiá. Mais informações: (12) 3881.2623.
Serviço
Espetáculo “Oleanna” da Cia. Epigenia
Dia 15/10 – sábado – às 21h
Teatro Mario Covas
R$ 50/R$ 25 l Classificação 12 anos
75 min. de duração + 15 min. de debate
O que há por trás das palavras?
Comenta o diretor Gustavo Paso em entrevista ao Jornal O Globo:
“A peça fala de estupro, mas não um estupro sexual. Fala de um estupro de natureza intelectual ou, mais especificamente, de natureza emocional. Situação que todos viveremos ou já vivemos independente de raça, nível social ou educacional. Trata do poder, da relação subordinado, do descontrole emocional. Trata não exatamente da derrota da razão, mas da derrota da razão cega, da razão onipotente, da razão arrogante.”
Sinopse “Oleanna”
Um dos aspectos mais interessantes de Oleanna é a concisão de uma história em “apenas” três cenas. Elas acontecem no escritório do professor, em três tempos distintos.
Na primeira cena, Carol, uma aluna ansiosa que se esforçou muito para conseguir uma vaga na universidade, procura a ajuda do professor que leciona a matéria que ela precisa desesperadamente passar. Os dois travam uma conversa caótica que é interrompida por telefonemas cada vez mais urgentes.
Na segunda cena, Carol está novamente no escritório do Professor, mas desta vez a pedido dele. Ela registrou queixa ao departamento, relatando os acontecimentos da primeira cena de um modo que sugere que ela teria sido assediada sexualmente por ele.
Na cena final, John, agora suspenso do cargo, pede que Carol vá ao seu escritório mais uma vez. Ele reconsiderou as acusações e quer pedir desculpas. Carol e seu grupo propõem retirar a queixa se o Professor se submeter às suas exigências. O conflito entre professor e aluna aumenta progressivamente até atingir um nível catastrófico que nenhum deles podia imaginar.