Na noite de quinta-feira (24) o governo assinou acordo com os caminhoneiros para encerramento da greve, mas caminhões continuaram parados. Ministro disse que ‘confia’ no cumprimento do acordo.
Por Guilherme Mazui e Alexandro Martello, G1, Brasília
Questionado nesta sexta-feira (25) sobre se os caminhoneiros não estariam fazendo a parte deles no acordo com o governo para suspender a paralisação, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que é preciso “dar um tempo” para os líderes da categoria conversarem com as bases. Ele ainda afirmou que os efeitos do acordo não ocorrem “imediatamente”.
Caminhoneiros entraram nesta sexta no quinto dia de paralisação em diversos estados do país e no Distrito Federal. Eles fazem uma série de reivindicações, entre elas a contenção do preço do óleo diesel.
O acordo entre governo e lideranças da categoria foi anunciado na noite de quinta-feira (24), no Palácio do Planalto. O documento prevê a suspensão da greve por 15 dias.
O governo se comprometeu, entre outros itens, a manter a redução de 10% no valor do óleo diesel a preços na refinaria, já praticados pela Petrobras, nos próximos 30 dias, com compensações financeiras da União à Petrobras (veja os termos do acordo).
“Eles assinaram. Eles vão levar às suas bases. É isso que foi dito, é isso que está escrito. Eles vão levar às suas bases. Então nós temos que dar também um tempo. Isso não é imediatamente. Eles vão levar os dados todos às suas bases”, afirmou Padilha.
Para o ministro, é um “processo lento” até que o acordo firmado com as lideranças da categoria chegue aos caminhoneiros nas estradas.
“É um processo que é lento. Nós tivemos ontem [quinta-feira] as lideranças negociando por muitas horas, e o comando das lideranças, para chegar na base, não é instantâneo, não é imediato”, disse Padilha.
Ele afirmou que o governo “confia” e que ele tem “certeza” que os caminhoneiros vão cumprir o acordo com o governo federal.
“A nossa aposta é que o movimento vá sendo desmobilizado progressivamente. Não sei se terá normalidade total no fim de semana. Acreditamos que o processo inicia hoje [sexta-feira], mas é impossível prever com que tempo teremos plena normalidade”, declarou.
Segundo o ministro, o governo também vai cumprir sua parte no acordo “na medida em que tenha contrapartida da parte dos caminhoneiros”.
Padilha foi perguntado se o governo pode desfazer o acordo caso os caminhoneiros mantenham a greve. “Quando se faz um acordo, se pressupõe compromisso de ambas as partes”, disse.