Na Rio+20, Dilma cobra ação e dinheiro dos países desenvolvidos
Presidenta do Brasil acusou nações ricas de transferir indústrias poluentes para o Sul e criticou descumprimento de ajuda acertada na Rio 92
“A transferência de indústrias mais poluentes do Norte para o Sul colocou as economias mais desenvolvidas como tidas como mais limpas, e deixou a pesada conta ambiental para esses países. A promessa de ajuda não se materializou nos níveis prometidos e necessários, apesar dos esforços de alguns países”, afirmou Dilma.
Segundo ela, o princípio das “responsabilidades comuns mas diferenciadas” – estabelecido na Rio 92 – tem sido muitas vezes “recusado na prática”.
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Esse princípio Prevê que todos os países são responsáveis, porém os mais desenvolvidos têm maior carga de compromissos, inclusive finaceiros. Embora seja de 1992, o tema voltou a debate nesta Rio+20, e os desenvolvidos queriam vê-lo revogado, alegando o recente crescimento de nações como os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
“Várias conquistas da Rio 92 permanecem no papel. Temos a responsabilidade de agir para mudar este quadro.”
A presidente reconheceu que o mundo atravessa a mais grave crise econômica pós-2a Guerra Mundial, mas usou o exemplo da América Latina dos anos 80 e 90 para receitar políticas de crescimento e geração de empregos como “única via segura para a recuperação econômica”.
Dilma citou evoluções do Brasil nos campos social, econômico e ambiental para afirmar que “isso nos autoriza a demandar maior contribuição dos países em desenvolvimento para o esforço global”.
De acordo com ela, o “desenvolvimento Sustentável é a melhor resposta aos desafios do clima. “A proteção ambiental é parte integrante do processo de desenvolvimento. Na construção do Desenvolvimento Sustentável, os Estados têm responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Reconhecemos a necessidade de eliminar padrões insustentáveis de produção e consumo.”