A Prefeitura de Caraguatatuba, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca, vem buscando posicionamento dos órgãos ambientais estaduais para atuação no caso de capivaras machucadas que circulam pela extensão do Rio da Paca. No entanto, visando atender ao pedido dos munícipes, os profissionais técnicos de meio ambiente e veterinário da Prefeitura de Caraguatatuba têm acompanhado a Polícia Militar Ambiental em suas rondas para identificar os animais. De acordo com o veterinário do Centro de Controle de Zoonoses de Caraguatatuba (CCZ), Guilherme Garrido, os ferimentos são provenientes de armadilhas usadas por caçadores. “Já tivemos outros casos como este. Algumas capivaras conseguem escapar e ficam com artefatos e arames provenientes da tentativa de caça pendurados ao redor do corpo. Isso torna ainda mais complicada a aproximação porque elas ficam ariscas”, explicou.
De acordo com o Capitão Hiasa, comandante da Polícia Ambiental do Litoral Norte, atualmente somente eles têm autonomia assegurada por lei para o manejo do animal nestes casos. “Encontrando uma capivara machucada, o munícipe poder nos acionar. Nós vamos até o local fazer a contenção, levar para o tratamento e posteriormente fazer a reintrodução ao seu habitat” explicou.
Segundo Marcel Giorgeti, secretário municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca, a Prefeitura também está atuando dentro de suas competências para mitigar a situação. “É bastante complicado conseguir uma autorização de manejo, já que os animais estão em seu habitat natural e não representam risco à vida humana, mas nossos técnicos estão acompanhando as ações da Polícia Ambiental e também atuando na fiscalização para identificação de armadilhas e caçadores, visando evitar que mais animais sejam machucados”, destacou.
Em Caraguatatuba as denúncias podem ser feitas direto no telefone da Polícia Ambiental, no número (12) 3886-2200.
As autorizações para manejo de fauna silvestre em vida livre são de competência da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo – SMA, por meio do Departamento de Fauna (DeFau), podendo passar também pelo IBAMA, sendo as ações sempre apoiadas pela Polícia Militar Ambiental (PMA). As autorizações ao município são concedidas apenas em casos específicos como situações de saúde pública para controle de doenças.
Riscos ao consumir carne de capivara
A Prefeitura tem atuado para identificar e inibir a caça da capivara e faz um alerta os munícipes com relação aos malefícios do consumo desta carne, já que os animais podem estar contaminados por diversos tipos de doenças. De acordo com o veterinário do Centro de Controle de Zoonoses de Caraguatatuba (CCZ), Guilherme Garrido, se alimentar de carnes sem procedência pode gerar grande risco para saúde. “O consumo da carne de capivara silvestre pode causar problemas e transmitir uma série de doenças ao ser humano, não é aconselhável de forma alguma”, destacou.
Os munícipes que identificarem armadilhas ou atitudes suspeitas também podem fazer a denúncia diretamente na Polícia Militar Ambiental. Caçar animais silvestres é crime ambiental passível de multa e detenção, conforme o Art. 29 da Lei 9605/98 (Lei dos Crimes Ambientais).