Crianças são amarradas e amordaçadas em creche de Maricá
POR MARIA INEZ MAGALHAES
O imóvel fica em São José do Imbassaí, distrito de Maricá. As imagens teriam sido feitas semana passada pela filha de Rosane, uma adolescente de 14 anos. A menina teria sido coagida pela mãe a assumir a culpa.
Numa suposta conversa ao telefone, Rosane teria pedido à filha que assumisse o crime, sob a justificativa de que ‘não queria que a mãe cuidasse mais dos meninos’. E frisa que, se a filha não falar isso em depoimento, ela mesma vai ser presa. Rosane nega as acusações. A adolescente teria gravado a conversa.
Na casa onde mora, Rosane cuidava de 10 crianças, mas o imóvel foi fechado porque não tinha autorização para funcionar como creche. Chocadas com as imagens, as mães das crianças registraram o caso na 82ª DP (Maricá) e no Conselho Tutelar de Maricá.
“Fiquei horrorizada. Antes de colocar meu filho fui conhecer e parecia tudo normal”, disse E., 42, mãe de um menino de 1 ano e dois meses. Ela recebeu as fotos e mostrou as imagens para a manicure S. C. , 18, mãe de um menino de 11 meses.
Segundo S., sua filha de 3 anos contou que Rosane jogou o irmão na cama. “Ele bateu com o rosto na madeira e tem marca”, denunciou Samara. A denúncia foi feita ao SBT. Veja o vídeo abaixo
Perícia em blusa usada como mordaça
Uma blusa que teria sido usada para amordaçar criança foi apreendida, assim como fotos e o CD com a gravação da suposta conversa entre Rosane e a filha. O material será encaminhado à perícia.
Na delegacia, a filha de Rosane, que é menor de idade, contou a versão da gravação. O advogado de Rosane, Fábio Toledo, disse que a adolescente é filha adotiva. “Ela simulou os maus tratos porque a mãe não estava dando muita atenção para ela. E ela ficou com medo de assumir a culpa porque teria ódio das mães das crianças”, explicou Toledo.
Primeiro telefone durou 10 minutos
Filha: “Você quer que eu vá la na delegacia falar o quê? Mas não fui eu que amarrei as crianças”.
Rosane: “(Diz que você) Não gostava de muvuca, que queria a casa direito para mim, meu irmão, minha mãe e meu pai (sic)”.
Filha: “Mas não fui eu que fiz, como vou falar? Como vou assumir uma coisa que que foi você que fez?”.
Rosane: “Quando você for depor vão te perguntar e você fala assim: tudo o que eu queria é que minha mãe parasse com aquela creche e não cuidasse mais de crianças. Só isso. Não vão te perguntar mais nada. Você fica quietinha. Não fala mais nada”.
Filha: “Eu não quero falar isso”.