Atobá é encontrado na praia do Porto Novo em Caraguatatuba no dia 20 de maio. Equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta realizou o resgate do animal
Ave marinha recebe cuidados especiais na Unidade de Estabilização do Argonauta, que fica situada na Praia Grande em São Sebastião (Créditos: Divulgação/Instituto Argonauta)
A equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta realizou o resgate de uma ave marinha, um Atobá-marrom macho (Sula leucogaster), na praia do Porto Novo em Caraguatatuba/SP no dia 20 de maio. A equipe se deslocou até a praia depois de ter recebido um acionamento.
O acionante deixou o animal na sombra enquanto esperava a equipe chegar ao local e, quando chegaram, os profissionais constataram uma lesão em uma das patas da ave. Sendo assim, encaminharam o animal para receber cuidados especiais na Unidade de Estabilização de São Sebastião, que fica situada na Praia Grande. Na quarta-feira, dia 27, ele foi transferido para o Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD), localizado na base do Argonauta no bairro Perequê-Açu em Ubatuba/SP.
A bióloga Naiara Tank Pereira participou dos primeiros atendimentos ao animal assim que ele foi resgatado. Ela explica que é difícil afirmar o que ocasionou o ferimento na pata do Atobá. “Ele tinha engolido muita água. A equipe técnica do Argonauta de Ubatuba dará continuidade ao seu tratamento e se os exames derem resultados dentro do esperado, depois disso é só ganhar peso e voltar para casa”, comentou.
Atobás-marrons são comuns na costa brasileira, principalmente na região sudeste e aqui no Litoral Norte de São Paulo se reproduzem no Arquipélago de Alcatrazes. Capturam suas presas mediante mergulhos rasos e vivem cerca de 25 anos, atingindo maturidade sexual em torno de três anos. Sua envergadura chega a 1,55m e sua altura 85 cm. Pesa em torno de 1,5kg.
Os atobás viajam longas distâncias para se alimentar. Mergulham até 15 metros para capturar a presa e assim que chegam perto da água colocam as asas para trás para aumentar a velocidade. Às vezes, a velocidade é tão alta que alguns animais, quando não conseguem mergulhar corretamente, se machucam, podendo até causar fraturas nas asas. Presidente do Instituto Argonauta, o oceanólogo Hugo Gallo Neto explica que essa é uma causa natural do aparecimento de animais enfermos desta espécie nas praias. “É comum acontecer de encontrar os animais com asas fraturadas por causa do mergulho”, frisou. Ele ainda atenta para a velocidade que algumas espécies de atobá conseguem atingir em mergulho, chegando à marca dos 110km/h. “Eles são alguns dos melhores pescadores que existem no mar”, completou Hugo.
Sobre o Instituto Argonauta
O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial a conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, dentre outras atividades. O Instituto Argonauta também é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.
O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Argonauta monitora o Trecho 10, compreendido entre São Sebastião e Ubatuba.
Seja um Argonauta!
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800-6423341 ou diretamente para o Instituto Argonauta: (12) 3833-4863 – 3833.5759/ (12) 3834-1382 (Aquário de Ubatuba)/ (12) 38335753/ (12) 99705-6506 – WhatsApp. Também é possível baixar gratuitamente o Aplicativo Argonauta, disponível para os sistemas operacionais iOS (APP Store) e Android (Play Store). No aplicativo, o internauta pode informar ocorrências de animais marinhos debilitados ou mortos em sua região.
A base do Instituto está situada na Tv. Baitacas, nº 20, bairro Perequê-Açu, Ubatuba/SP – CEP 11680-000.
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