A lei prevê a liberação de R$ 3 bilhões para o setor cultural no país. Espaços artísticos vão receber subsídios mensais que variam de R$ 3 mil a R$ 10 mil. Trabalhadores terão direito a três parcelas de R$ 600.
Sem renda, 5 milhões esperam ajuda financeira da Lei Aldir Blanc para o setor cultural
Nesse período de pandemia, o setor cultural é um dos que mais sofrem no Brasil. São cerca de 5 milhões de pessoas que esperam ajuda financeira.
Os custos da companhia passam de R$ 5 mil por mês. Por sorte, o grupo tinha uma poupança. É o que está salvando as despesas por enquanto.
“É muito profissional envolvido, não é só o ator, o artista, mas também os técnicos de iluminação, de luz, os técnicos dos teatros. Envolve desde o artista até o bilheteiro”, diz o ator Cláudio Dias.
A Lei Aldir Blanc prevê a liberação de R$ 3 bilhões para o setor cultural no país. Espaços artísticos vão receber subsídios mensais que variam de R$ 3 mil a R$ 10 mil. Trabalhadores terão direito a três parcelas de R$ 600. A lei também pretende liberar R$ 600 mil para projetos de produção cultural.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei no dia 29 de junho, mas, até agora, não a regulamentou.
A Associação dos Produtores de Teatro, que participou das discussões para a formulação da lei, diz que a liberação dos recursos pode demorar.
“Os estados têm 120 dias e os municípios 60 dias para executarem a verba da lei Aldir Blanc. Os trabalhadores da cultura e das artes necessitam para comer, para comprar comida, para ir ao mercado, desse dinheiro”, diz Eduardo Barata, presidente da Associação dos Produtores de Teatro.
Enquanto o dinheiro não chega, a solidariedade entra em cena. Em Minas Gerais tem tanto artista no aperto que a classe dos músicos resolveu criar uma campanha para ajudar. Cestas básicas estão sendo distribuídas para os mais necessitados. Setecentas cestas já foram entregues na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
“A gente sabe que essa necessidade ela é real. Por exemplo, já tiveram situações que filho de músico, quando a cesta chegou: ‘Papai, a comida chegou, tem dias que a gente não come’. Então isso é de cortar o coração”, conta Zeca Magrão, vice-presidente do movimento Nos Bares da Vida.
Tudo que o músico Santoni Lobato fazia parou em março: os shows, as aulas de percussão, a fábrica de instrumentos. A renda da casa despencou e essa doação é bem-vinda.
“Você ter a felicidade de ter o que comer é muito bom. A ação vai ajudar muitas outras pessoas e vai mostrar para o músico que ele não está sozinho”, diz Santoni.
O Ministério do Turismo, que é o responsável pela cultura, disse que espera já para os próximos dias a publicação do decreto que regulamenta a transferência dos recursos e que é de responsabilidade dos estados e municípios determinar as regras de distribuição do auxílio financeiro aos artistas e pontos de cultura.
Fonte g1.globo.