Um dos principais pontos turísticos de São Tomé das Letras, cidade mística que fica no Sul de Minas, está à venda por R$ 1,2 milhão. Tombada como patrimônio paisagístico municipal em 2002, a pirâmide passará a ter um novo dono. A prefeitura confirmou que o ponto é particular, mas garantiu que está negociando para adquirir a escultura.
O anúncio da venda não caiu bem entre os moradores do município e, por causa da grande repercussão, o proprietário da pirâmide vai se reunir para o prefeito Tome Alvarenga. “Dependendendo de quem for comprar e a forma que for usar, pode ser negativo. Estamos dispostos a negociar com ele (o dono)”, informou o mandatário da cidade. O encontro está previsto para ocorrer na próxima quarta-feira (10).
Caso as negociações não avancem, a pirâmide logo pode ser vendida. Segundo o corretor de imóveis Osny Lemos Ribeiro, responsável pelo comercialização do patrimônio, diversos interessados fizeram propostas para comprar o ponto turístico. “Mas o município tem preferência”, salientou.
A pirâmide de São Tomé das Letras foi erguida na década de 1980 e fica ao lado do parque Antônio Rosa. Mas, apesar da área verde ser de domínio do município, a escultura feita com a Pedra São Tomé fica em um terreno ao lado e pertence a um morador de São Paulo, que tem pousada e outros terrenos na cidade. A pirâmide é o ponto mais alto de São Tomé das Letras e um dos locais mais procurados pelos turistas. Hoje, ela tem entrada gratuita. “A intenção é fazer a reestruturação, manutenção e melhor utilização do ponto. Hoje ela está abandonada e, se vendida, poderia ser preservada. Talvez o novo proprietário cobre uma pequena taxa de manutenção”, observou o corretor de imóveis.
O terreno à venda tem aproximadamente cinco mil metros, e a pirâmide 200 metros de construção.
Protesto
Nascido e criado em São Tomé das Letras, o caminhoneiro Paulo Henrique Cardoso, de 44 anos, não aprovou o anúncio da venda. “É um dos melhores pontos da cidade e vai ser ruim para o município e para os moradores essa transação. A venda não vai resolver em nada os problemas daqui, muito pelo contrário”, disse.
A opinião dele é compartilhada por outros moradores da cidade, que nesta quinta-feira (4) organizaram um protesto para impedir o negócio. Um novo ato está agendado para os próximos dias.
Fonte: O Tempo