A pandemia do coronavirus impôs a todos uma nova realidade. Com o retorno das atividades presenciais nas escolas, as unidades receberam estudantes impactados pelo isolamento social; alguns marcados pelo luto, ou por dificuldades financeiras das famílias, ou ainda, tendo que seguir novos hábitos.
No espaço escolar, o acolhimento é uma ação pedagógica extremamente importante para a integração dos estudantes e para a vida escolar. A Secretaria Municipal de Educação de Caraguatatuba, buscando restabelecer os vínculos “aluno x família x escola”, tem trabalhado a temática da escuta ativa nos encontros de HTPC – horário de trabalho pedagógico coletivo e demais momentos formativos.
A escuta ativa é uma habilidade necessária para o bom desenvolvimento na aprendizagem e na saúde emocional das crianças e adolescentes. Tão importante quanto orientá-los é também saber escutá-los.
Um exemplo da efetividade da escuta ativa vem da Emei/Emef Profª Mª Thereza de Souza Castro, no bairro do Jetuba.
Com a aplicação de dinâmicas, a Professora Rayane Cruz, possibilitou aos alunos do 6º ao 9º ano, um momento de reflexão, para que pudessem manifestar como se sentiam após mais de um ano de pandemia.
Através de um espaço de partilha, os alunos puderam conversar sobre seus sentimentos, ouvir o depoimento de colegas, levando à reflexão de que, neste atual momento, é provável que a condição mental das pessoas, durante a quarentena, tenha sofrido alterações devido a estarmos, frequentemente, em estado de alerta, preocupados, confusos, estressados e com sensação de falta de controle frente às incertezas do momento.
A professora comentou que a atividade foi transformadora, observando o fortalecimento das relações interpessoais e do vínculo entre os colegas. A sensação de segurança e de estabilidade emocional levou ao desenvolvimento do conteúdo programático de maneira mais fluida, havendo mais interesse e participação dos alunos.
A Secretária de Educação, Márcia Paiva, comentou sobre como as medidas impostas pela pandemia, potencializaram a importância do trabalho de acolhimento e escuta ativa no ambiente escolar. “O uso das máscaras, tão importantes para os cuidados sanitários, pode omitir sorrisos e feições de alegria. O acolhimento físico, através do abraço, também precisa ser evitado nesse momento. Com isso, nossos educadores necessitam ter olhos ainda mais atentos aos alunos, para terem mais percepção e empatia sobre suas necessidades. A realidade da pandemia tornou o diálogo uma ferramenta pedagógica ainda mais potente”, conclui.